MANAUS – Quatro deputados presentes no Plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) na sessão desta quinta-feira (14) se manifestaram favoráveis à normatização das sessões híbridas para evitar o esvaziamento das reuniões.
O assunto foi levado ao debate por Wilker Barreto (Podemos) na transição do Pequeno para o Grande Expediente. A sessão era presidida pelo vice-presidente, Carlinhos Bessa (PV), que começou a fazer as inscrições para as falas dos blocos partidários, mas poucos se manifestaram para falar.
O líder do governo, Felipe Souza (Patriota), de forma virtual, chegou a pedir para falar, mas desisitiu.
Wilker, então, fez um apelo para Bessa que a Casa normatize as questões relacionadas às sessões híbridas. Ele sugeriu que todos os deputados se reúnam semana que vem para discutir o tema.
“Eu sou, repito, um defensor do avanço das sessões híbridas, porque muitos de nós podemos ter agenda em Brasília, em outras capitais e participar das dicussões de forma remota, mas estando na capital eu acho isso uma falta de respeito para com o parlamento”, disse.
“A um ano das eleições nós já estamos assim, se não tomarmos providências essa Casa vai ser lacrada, vamos ter dificuldade para abrir o quórum”, completou.
“Não dá para ficar de forma híbrida no gabinete”, disparou Wilker. “É inadmissível que colegas, em Manaus, utilizem o instrumento da sessão híbrida”, disse.
Bessa, na sequência, disse concordar com Wilker, que as participações virtuais são um avanço, mas que “tudo tem o seu limite”.
“Vou conversar com o presidente, Roberto Cidade, para que a gente possa sentar com todos os 24 deputados para a gente baixar uma portaria para que realmente a gente possa dar uma resposta positiva para o povo do Amazonas, porque nós somos cobrados”, disse Bessa.
Os deputados Serafim Corrêa (PSB) e Adjuto Afonso (PDT) também disseram concordar plenamente.
Segundo Adjuto, Serafim é um exemplo a ser seguido pelos colegas: depois de tomar a 2ª dose da vacina contra a Covid-19 não faltou mais aos encontros presenciais.
Para Adjuto, o assunto deve ser tratado pela Mesa Diretora imediatamente. Ele argumentou que no interior, quando há disponibilidade de sinal de internet, ou em outra cidade o acesso remoto é importante, desde que avisado com antecedência.
“Se tiver no interior do Estado e tiver conexão, ok. Se estiver em outra cidade, tem que avisar o parlamento que vai se deslocar para outra cidade e que de lá, se houver possibilidade, ele vai entrar”, observou.
“Agora, não pode a pessoa em Manaus colocar uma fotozinha na televisão e não participar dos debates. Acho que isso está saindo muito caro. Um dia desses uma pessoa perguntou ‘vocês vão trabalhar de dentro de carro?’. Isso é muito ruim para o parlamento”, disse.
Saiba mais
As sessões híbridas (inicialmente 100% virtuais) foram implementadas no ano passado por causa da pandemia de Covid-19. No início da crise sanitária global, não havia vacinas e a principal recomendação era o isolamento social.
Na época, houve uma regulamentação, mas que não se encaixa mais no atual contexto.