MANAUS – Autor da ação na Justiça que resultou na suspensão dos serviços da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a aplicação de recursos na Saúde no Amazonas, o deputado estadual Felipe Souza (Patriotas) disse nesta quarta-feira (17) que não é contra a investigação, mas que entende que a presidência da Assembleia Legislativa (ALE-AM) errou ao deixá-lo de fora da composição da CPI.
“A CPI vai continuar, o que houve na decisão do desembargador é apenas com relação à escolha dos seus membros, que entendo que foram escolhidos duas vezes, e por algum motivo, razão inexplicável, me tiraram da CPI. Eu assinei para que ela pudesse existir, sou a favor da CPI, de quem tiver culpa no cartório pague pelos seus erros”, declarou Felipe.
O deputado disse que lamenta ter recorrido à Justiça para interpretar o Regimento Interno da ALE-AM.
“Isso nós poderíamos ter resolvido aqui na Assembleia, entre nós. Tentei de todas as formas no debate, na discussão. Muitas vezes foi cortado meu microfone, a Internet caiu, a sessão foi encerrada de forma abrupta, não foi possível. Me restou o caminho da Justiça”, afirmou o deputado.
A decisão do desembargador Anselmo Queiroz, de terça-feira (16), anula o ato de composição da CPI e suspende suas ações.
O desembargador abriu prazo ainda para que a ALE-AM explique o critério de escolha dos membros.
Foi com a assinatura de Felipe Souza que foi possível instalar a CPI, em maio. O parlamentar esperava ser escolhido como membro, o que não ocorreu.
A CPI da Saúde é formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB), Serafim Corrêa (PSB) e Dr. Gomes (PSC). Os quatro primeiros são da bancada de oposição. Gomes é líder do PSC, partido do governador Wilson Lima (PSC).
Os trabalhos da CPI iniciaram no dia 26 de maio. Até aqui, os parlamentares concentram-se na gestão de Wilson Lima. Mas especificamente nos gastos relacionados ao enfrentamento da pandemia provocada pelo novo coronavírus.