A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) entrou com uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi motivado pelas declarações feitas por Bolsonaro durante um ato público realizado no domingo (16), na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Segundo a parlamentar, o ex-presidente utilizou um “tom conspiratório” e incentivou dúvidas sobre a idoneidade do processo eleitoral de 2022.
Em sua representação, Salabert argumenta que as falas de Bolsonaro representam um “risco à ordem democrática”, uma vez que alimentam a insatisfação de grupos extremistas que, no passado, já promoveram atos violentos contra as instituições democráticas. “A permanência desse discurso falso e inflamado representa uma grave ameaça à garantia da lei e da ordem”, escreveu a deputada. Ela destacou ainda que o ex-presidente persiste em disseminar “dúvidas infundadas” sobre as eleições de 2022, o que, segundo ela, potencializa atos violentos por parte de seus apoiadores e enfraquece as instituições democráticas.
Além da prisão preventiva, a deputada pede que a PGR proíba Bolsonaro de utilizar redes sociais e de participar de eventos públicos que possam servir como plataforma para “novas incitações antidemocráticas”. Salabert alerta que o comportamento do ex-presidente incentiva a instabilidade política e coloca em risco a segurança das instituições.
Ato em Copacabana e contexto político
O ato em Copacabana foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença de diversas autoridades, incluindo governadores, senadores e deputados federais. A manifestação ocorreu em um momento de tensão política, às vésperas do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que nos dias 25 e 26 de março decidirá se acata ou não a denúncia da PGR sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado tramada após as eleições de 2022.
Bolsonaro é um dos 34 denunciados no caso, acusado de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. As declarações feitas durante o evento em Copacabana reforçam, segundo a deputada, o padrão de comportamento que levou à denúncia.