MANAUS – Com o hospital referência para tratamento de Covid-19 no Amazonas com taxa de ocupação acima de 90%, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou nesta terça-feira, 22, que abrirá 112 novos leitos em unidades de retaguarda da rede.
Com a medida, a SES-AM pretende transferir para esses leitos de retaguarda pacientes que, mesmo fora do período de transmissibilidade, ocupam leitos no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, por ainda necessitarem de acompanhamento médico para a conclusão do tratamento.
Localizado na zona norte de Manaus, o Delphina Aziz é a unidade de referência no Amazonas para o tratamento da Covid-19.
Dados da SES-AM divulgados na segunda-feira, 21, mostram que 130 dos 140 leitos de UTI do hospital estavam ocupados, uma taxa de ocupação de 92,86%.
Nos leitos clínicos, a taxa de ocupação dos leitos é de 90,17% (211 ocupados e 23 livres).
105 internados há mais de 20 dias
Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) divulgado na segunda-feira, 21, dos 145 pacientes internados em UTI na rede pública, 52 estão ocupando leito há mais de 20 dias.
Dos 251 em leitos clínicos, 53 estão internados há mais de 20 dias.
Cinco hospitais de retaguarda
Segundo o governo, a SES-AM ampliou atendimento dos pacientes em cinco unidades da rede estadual, federal e conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), entre elas estão: o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Hospital Beneficente Português de Manaus, Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Hospital Geraldo da Rocha.
O secretário da SES-AM, Marcellus Campêlo, explica que parte dos pacientes que foram acometidos pela Covid-19 tem alta permanência nos leitos, estendendo a necessidade de cuidados médicos por mais tempo, mesmo após o fim do período de transmissibilidade da doença.
“Nós estamos reestruturando a rede de saúde para utilizar os hospitais novos, por exemplo, a Beneficente portuguesa e o Hospital Universitário Getúlio Vargas para nos auxiliar como retaguarda na rede, COVID e com outros tipos de comorbidade”, explicou o secretário.
O secretário ressalta que o Hospital e Pronto Socorro (HPS) Delphina Aziz continua como referência para o tratamento da doença. Todas as portas de urgência e emergência, o que inclui SPA, UPAs e HPSs realizam o primeiro atendimento, e a transferência é realizada via ambulância para o Delphina, caso haja necessidade de internação.
Planto de ampliação de leitos
Para fazer frente à demanda por leitos, a SES-AM colocou em operação o plano de contingência no período de recrudescimento da doença no Brasil, que coincide com o período sazonal da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado, que vai de novembro a maio.
Dividido em fases, o plano prevê também o aumento nos leitos de retaguarda. Com os esforços da SES-AM, os hospitais de retaguarda passaram a ter mais 23 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 89 leitos clínicos, para pacientes Covid que encontram-se fora do período de transmissibilidade, mas que necessitam ainda de assistência hospitalar.
Ao todo, a rede estadual de saúde dispõe de 583 leitos para pacientes acometidos pelo novo coronavírus, destes 192 são UTI.
Prevenção é a melhor opção – Com servidores trabalhando na linha de frente do combate ao novo coronavírus, a gerente de hospitais e fundações da SES-AM, Fabiana Maciel, pede o esforço da população para ajudar a conter o avanço do vírus.
“Nós estamos trabalhando direto, 24 horas por dia, de domingo a domingo, para poder abrir leitos de retaguarda para o Delphina, que é o hospital de referência para a Covid. Nós precisamos que a nossa população, em geral, se sensibilize em manter as medidas não farmacológicas tais como: usar a máscara em tempo integral, higienizar as mãos e evitar aglomerações”, recomendou.