MANAUS – A delegada do município de Codajás, Alessandra de Souza Braga e seu marido, o agente penitenciário Antônio Jorge de Albuquerque Santiago, foram presos nesta sexta-feira (19), durante a operação Navalha da Polícia Civil.
A ação é resultado de representação oferecida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), em Codajás, que reuniu indícios e testemunho da prática de diversos crimes pela dupla, entre eles, associação ao tráfico.
A representação foi ajuizada no dia 23 de setembro de 2018. Nela, o MP-AM pediu a prisão preventiva, a suspensão do exercício das funções públicas e a quebra do sigilo bancário e fiscal da delegada e do marido.
“Desde o início da atuação deste membro do Ministério Público em Codajás, recebi informações de que servidores lotados na Polícia Civil do Estado do Amazonas, na Polícia Militar do Estado do Amazonas e na Guarda Municipal do Município de Codajás/AM na referida Comarca negligenciavam suas atribuições e, em algumas vezes, facilitavam, contribuíam e participavam de atividades criminosas”, relatou o promotor de Justiça Weslei Machado, autor da representação.
Segundo as denúncias recebidas pelo MP-AM, a delegada e seu marido libertavam pessoas presas em flagrante após pagamento de valores sem que fossem lavrados flagrantes, sem audiência de custódia e mesmo sem registro em boletim de ocorrência das prisões. De acordo com as denúncias, mediante pagamento dos criminosos, as vítimas chegaram a ser detidas sem qualquer motivo aparente. Entre os presos liberados informalmente na delegacia, estavam traficantes presos pela Polícia Militar.
Em depoimento, uma testemunha revelou que “o marido da Delegada de Polícia, Antônio Jorge, conversava em particular com pessoas presas e, após, essas pessoas eram libertadas e saíam da Delegacia de Polícia; Que o depoente já ouviu falar que o marido da Delegada de Polícia liberava presos após o recebimento de valores”.
Além da associação para o tráfico, o MP-AM obteve indícios de práticas de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, abuso de poder, abuso de autoridade, fraude processual, dano qualificado e submissão de adolescente a situação constrangedora.