MANAUS – O delegado titular da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção do Amazonas (Deccor), Guilherme Torres, informou que já há investigações em andamento na unidade, abertas após o recebimento de denúncias e “de ofício”.
A informação foi dada na manhã desta segunda-feira (5), durante a inauguração da sede da Especializada, na avenida Professor Nilton Lins, 325, conjunto Parque das Laranjeiras, bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus.
“Nós já temos algumas investigações em andamento. Nós temos um planejamento com a delegacia de repressão e prevenção. Inicialmente iremos visitar os municípios da Região Metropolitana (de Manaus), onde nós vamos falar com as Câmaras Municipais, temos alguns contatos. Faremos audiências públicas, deixaremos a delegacia à disposição, passaremos para vocês (da imprensa) hoje ainda o número disque denúncia, o número de atendimento. E nós já temos recebido denúncias, de todos os jeitos, por email, de pessoas que vêm até aqui. Inclusive, nem inaugurou a delegacia e já teve gente que, quando estavam pintando, chegou para fazer denúncia. Todas essas denúncias vão ser apuradas”, declarou Torres.
O delegado informou que já manteve reuniões com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MP-AM), com a Controladoria Geral da União (CGU), para a realização de convênios, e com presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), que, segundo Torres, também sinalizou positivamente para a realização de um convênio.
“Estamos estruturando”, disse o delegado da Deccor.
Conforme Torres, há três fases para a estruturação na nova unidade especializada da Polícia Civil. A primeira seria a efetiva implementação. A segunda, disse ele, é aumentar a capacidade de policiais. “Na terceira, ela vai estar operando a todo vapor. Inclusive, em outro lugar”, adiantou. “Isso é uma orientação até nacional que se faça assim. Estou em contato com os delegados de outras Deccors e vai funcionar dessa forma”, afirmou.
Efetivo
Hoje, há seis servidores diretamente vinculados à Deccor. Além do delegado titular, há um escrivão e quatro investigadores.
Sobre o efetivo atual, a delegada-geral do Amazonas, Emília Ferraz, comentou que pode parecer pouco à princípio, mas deve se considerar que a PC trabalha de forma articulada com servidores de outras unidades atuando conjuntamente.
Orçamento
Quanto ao orçamento da Deccor, a delegada-geral explicou que não há um valor específico para cada delegacia, mas uma estimativa de gastos para todas as unidades, que variam. Segundo ela, recursos de emendas e convênios vão ajudar na manutenção da nova delegacia.
Inicialmente, a Deccor vai contar com uma verba federal de R$ 300 mil para ser equipada.
Emília Ferraz disse ainda que parte dos policiais já está capacitada para atuar na Especializada porque adquiriu experiência em inteligência em outras unidades, como o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Quando chegarem novos equipamentos tecnológicos, os servidores passarão por capacitações, disse ela.
Concurso
Na coletiva de imprensa da inauguração, o governador Wilson Lima (PSC) reconheceu a necessidade de reforçar o quantitativo de pessoal nas forças de segurança de uma forma geral. Ele disse que, a depender da questão financeira e legal do Estado, pretende fazer novos concursos públicos para as polícias Civil e Militar ainda no primeiro semestre de 2021.
“Temos uma limitação por conta de Lei de Responsabilidade Fiscal e por conta também de um decreto do Governo Federal que não nos permite fazer nenhuma despesa de caráter contínuo. E concurso implica em despesa de caráter contínuo. A gente precisa entender como é que o ano fiscal do Estado do Amazonas vai fechar e, para o ano que vem, a gente possa fazer esse concurso. Mas, é algo que já está planejado para que a gente possa fazer e assim que o que Estado do Amazonas tiver condições nós vamos realizar o concurso público. A gente trabalha com a possibilidade de fazer isso no ano que vem, ainda no primeiro semestre do ano que vem. Vai depender muito de como se comportar a economia e a situação fiscal do Estado”, declarou.