MANAUS – O advogado Félix Valois disse nesta sexta-feira (18), em entrevista ao ESTADO POLÍTICO, que ele e outros colegas advogados discutem com a polícia e com o Ministério Público Estadual (MP-AM) meios de evitar que o depoimento da primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, se transforme em um “circo”.
Elisabeth foi intimada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) no inquérito que investiga a morte do engenheiro Flávio Rodrigues, ocorrida na noite do dia 29 de setembro. O filho da primeira-dama, Alejandro Valeiko, é um dos seis suspeitos do crime que estão presos desde o início das investigações.
“O que nós queremos evitar é que ela [primeira-dama] seja submetida a esse circo que está armado, é só isso. Nós queremos que ela seja ouvida pela autoridade, como tem que ser, mas com o devido recato”, disse Valois.
O advogado esteve na sexta-feira no MP-AM (Ministério Público Estadual), acompanhando a primeira-dama e seu genro, identificado apenas como Igor. Ele também foi intimado a depor.
O objetivo da ida ao órgão, segundo Valois, foi tentar buscar junto ao promotor que acompanha o caso, Igor Starling Peixoto, um entendimento para que o depoimento de Elisabeth e de seu genro seja “reservado”.
Sem obrigação
Para o advogado, não há obrigação legal para que a primeira-dama preste o depoimento, no entanto, segundo ele, Elisabeth decidiu que atenderá à intimação da polícia.
“Essa senhora não está nem obrigada a depor. Explico: sendo ela mãe de um dos indiciados, a nossa lei, o Código de Processo Penal diz que ela não é obrigada a depor, e por mim, deixa eu lhe ser mais franco, ela não deporia mesmo, mas ela quer depor. Ela quer contar a história dela”, comentou Valois.
Ainda na sexta-feira, no final da tarde, o advogado esteve na DEHS (Delegacia Especializada em Homicídio e Sequestros). No local, ele conversou com a delega-adjunta Marília Campello.
“Encontramos uma solução razoável para ambas as partes e ela [delegada] ficou de nos dar uma reposta até segunda-feira (21), sobre como faria isso”, informou o advogado.
Para a defesa, o local ideal para que a primeira-dama preste seu depoimento é o MP-AM. Porém, Valois diz entender as dificuldades para realizar o depoimento na sede do órgão. Uma delas é que o MP-AM, por enquanto, apenas acompanha o caso. É a PC-AM que preside o inquérito.
Motivo da intimação
Elisabeth foi intimada a prestar depoimento porque esteve na casa onde os investigadores suspeitam que o engenheiro foi assassinado. Na residência morava Alejandro Valeiko.
Em entrevista ao Fantástico exibida no dia 13, a primeira-dama disse que esteve na casa na noite do dia 29, conversou com suspeitos que hoje estão presos, e admitiu que uma filha limpou manchas de sangue na residência.