MANAUS – Até então aliados nas críticas ao governo de Wilson Lima (PSC), os deputados estaduais Wilker Barreto (Podemos) e Josué Neto (Patriota) se estranharam na discussão do projeto, de autoria do Poder Executivo, que cria a nova Lei do Gás no Amazonas.
No ápice da discussão, Wilker, contrário à forma como o projeto tramitou, disse que ouve “asneiras” dos colegas de parlamento e que Josué estranha o Regimento Interno da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado) porque não o lê há “um bom tempo”. Josué rebateu dizendo que seu nome é “doce” na “boca” de Wilker.
“Deputado Wilker Barreto, eu sou macho. Eu sou homem, não gosto de pessoas do mesmo sexo. Vossa Excelência poderia me esquecer um pouco, por favor”, disse Josué.
Wilker respondeu dizendo que Josué “não se comporta da altura que é esse parlamento”.
“(…) não tem conteúdo para discutir e se apequena na discussão”, concluiu Wilker ao declarar o voto contrário ao projeto do Executivo.
Durante a votação, o relator do projeto, Sinésio Campos (PT), fez a defesa da matéria e disse que a abertura do mercado vai dar dinamismo à economia do Amazonas, gerando empregos e impulsionando negócios.
Em abril de 2020, a ALE-AM aprovou um projeto neste sentido de autoria do deputado Josué Neto, então presidente do Parlamento, mas o governador Wilson Lima (PSC) vetou o projeto por entender que o tema carecia de maior debate público e que havia vício de iniciativa, uma vez que o PL deveria ter sido encaminhado pelo Executivo.
O veto à época deflagrou uma guerra de Josué contra o governo, que caminharam para o entendimento na aprovação deste novo texto.
Na sessão de hoje, Josué disse que a nova lei de gerar 43 mil empregos no Amazonas nos próximos anos. Ele e Sinésio criticaram o sócio majoritário da Cigás (companhia mista, com o Estado tendo parte), Carlos Suarez, que segundo eles leva R$ 10 milhões do Estado com a comercialização do recurso natural todos os meses sem contrapartida.
No final da discussão desta quarta, o projeto foi aprovado com voto contrário apenas de Wilker.