O vereador da CMM (Câmara Municipal de Manaus) coronel Gilvandro Mota (PTC) criticou nesta terça-feira, 19, a decisão do Conselho Federal da OAB de impedir que bacharéis em direito envolvidos em casos de violência contra mulher se inscrevam na Ordem.
Segundo o parlamentar, medidas como esta não dão conta de resolver um problema complexo e, se “a moda pega”, pode resultar na criação de “verdadeiros monstros”.
“Já pensou se a moda pega?”, indagou o vereador, comentando mais adiante: “Porque eu podia muito bem aqui fazer coro porque a população lá fora que ouve a gente [fala]: ‘Olha, pronto, está aí, é uma medida que vai sanear’. Será que vai sanear esse problema?”, questionou o parlamentar.
Para Gilvandro, a violência contra mulheres deve ser combatida, mas com ações planejadas.
“Então não devemos tomar decisões sem um planejamento, sem um estudo, sem uma pesquisa, sem algo que verdadeiramente seja com a gente, seja necessário. Porque nesse sentido a gente acaba criando verdadeiros monstros”, declarou o vereador, que é vice-líder do prefeito Arthur Neto (PSDB) na CMM.
Giovandro defende que a OAB busque na academia, nos centros de pesquisas, as causas reais do problema, para então planejar ações de combate.
“De toda sorte, acho que algo deve ser feito. Mas esse algo não deve ser feito de qualquer forma. A gente tem que ter uma diretriz, um direcionamento, um eixo para tratar. Portanto, eu queria só chamar atenção para isso, porque isso é sério, grave, e pode criar um problema ainda maior. Nós temos que combater a violência, mas será que não é a partir da escola, a partir de tratar os homens que são violentos? Mas você simplesmente barrar”, disse Gilvandro.
A vereadora Mirtes Sales, do PR, que puxou a discussão sobre o tema, disse entender as críticas do colega, mas afirmou que a violência contra a mulher é que não pode virar moda.
“Entendo a sua preocupação: barrar os homens no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Mas eu sou mulher, e a minha preocupação já é: se a moda pega e nós tenhamos a cada dia mais que dar notícia de óbitos de mulheres. Essa é minha preocupação. Os números estão crescendo”, afirmou Mirtes, que parabenizou a OAB-AM pelo apoio à causa.