MANAUS – Ao receber o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em agenda em Manaus, no sábado (11), o prefeito David Almeida (Avante), elogiou a gestão do governo federal no combate à pandemia da Covid-19 em Manaus, em janeiro deste ano, quando a capital do Amazonas viveu cenas que chocaram o mundo.
“Só tenho a agradecer todo o apoio que temos recebido do governo federal. No começo do ano, foram fundamentais no combate da segunda onda da Covid-19, e agora estamos lutando para transformar a realidade da cidade, buscando melhorar o atendimento oferecido em todos os postos de saúde da prefeitura. O ministro viu a nossa realidade, e agora temos a oportunidade de dar um salto de qualidade na Saúde da nossa cidade”, disse Almeida.
Relatório da comissão de transição de governo da Prefeitura de Manaus confirmou o “cenário de caos” no setor de saúde da atenção primária da capital em janeiro deste ano.
O mesmo cenário foi descrito pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, em depoimento na CPI da Pandemia do Senado, em maio.
De acordo com o relatório, a gestão de David Almeida (Avante) recebeu de Arthur Neto (PSDB) o setor de saúde com estoque baixo ou zerado de medicamentos e de produtos para saúde, incluindo os utilizados no atendimento de pacientes com Covid-19.
Trecho do documento descrevia a situação como crítica, principalmente diante do cenário de crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“Vimos que em relação à crise sanitária, estabelecida pela COVID-19, há um problema crítico, que é o baixo estoque de medicamentos e de produtos para saúde, inclusive EPIs”, aponta a comissão de transição.
“Verificou-se que os Produtos para Saúde-PPS e medicamentos da Atenção Básica estavam com diversos itens em estoque zero, a maioria em processo licitatório, revelando demora para aquisição e eventual retenção no atendimento da assistência farmacêutica”, segue o relatório.
Conforme o depoimento de Mayra Pinheiro, em janeiro de 2021, em plena segunda onda da pandemia, a Prefeitura de Manaus tinha medicamentos para Covid-19 com itens em estoque zero.
“Observou-se que dos medicamentos para COVID-19 continham itens em estoque zero, ou críticos, a maioria em processo licitatório, revelando demora para aquisição e eventual retenção no atendimento da assistência farmacêutica”, informa a comissão de transição no relatório.
O relatório, nos termos acima, foi assinado e enviado ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) no dia 29 de janeiro. Assinam o documento os procuradores Rafael Albuquerque, coordenador da equipe de transição da gestão de Arthur Neto, e Tadeu de Souza, coordenador da equipe de transição de David Almeida.
Portarias
David e Queiroga assinaram, no sábado, três portarias que possibilitam o fortalecimento da atenção básica de saúde nas comunidades ribeirinhas e rurais atendidas pela Prefeitura de Manaus, por meio das Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs).
As portarias credenciam o município a receber incentivos financeiros federais de custeio para a UBSF e incorporação de componentes adicionais; credencia o município para transferência de incentivos financeiros referentes às equipes de Saúde da Família Ribeirinha, à unidade de apoio ribeirinha e embarcações de pequeno porte; e o fortalecimentos de ações de cadastramento e qualificação do processo de assistência aos adolescentes no âmbito da Atenção Básica.
Foto: Ruan Sousa / Semcom