MANAUS – O ex-deputado Eduardo Cunha declarou que, se estivesse hoje no Congresso Nacional seria da base de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Cunha, que, presidente da Câmara dos Deputados, aceitou a denúncia que resultou no impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, disse que Bolsonaro é perseguido.
A declaração foi dada ao jornal Folha de S. Paulo, em entrevista sobre seu livro “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, que será lançado pela Editora Matrix no próximo sábado (17).
“Minha avaliação sobre Bolsonaro está de forma superficial, em cima de fatos concretos. Relato a sabotagem de Rodrigo Maia ao governo e o fato de que Bolsonaro sofre uma perseguição implacável de quase a totalidade da mídia”, disse Cunha, o principal expoente da ala conhecida como centrão.
“Quem elegeu Bolsonaro porque não queria a volta do PT tem a obrigação de dar a governabilidade a ele. Se estivesse no poder, eu o apoiaria, com eventuais críticas pontuais, mas sempre estaria na posição oposta ao PT”, declarou.
Cunha foi preso em outubro de 2016 pela operação Lava Jato. Hoje ele está em prisão domiciliar. Foi autorizado a cumprir a pena em casa em razão da pandemia. A medida foi autorizada depois de a defesa alegar que ele é idoso. Ficou internado em março de 2020 para tratamento no intestino.