MANAUS – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia realizou, nesta quarta-feira (20), no miniplenário Cônego Azevedo da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), sua 4ª reunião, com a presença do diretor-presidente do Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem), Márcio André Oliveira Brito, órgão convidado a prestar depoimento aos membros da comissão.
Para o presidente da comissão, deputado Sinésio Campos (PT), as explicações do diretor-presidente do órgão foram importantes para os parlamentares saberem os detalhes dessa atuação. “A grande maioria da população sequer conhece a importância do Ipem, muito menos o preço justo que muitas vezes o cidadão não paga fruto de uma aferição inadequada”, avaliou.
O diretor-presidente do Ipem informou aos membros da CPI que dos 25 mil medidores já analisados em 2021, 105 foram reprovados pelo órgão na forma com que contabilizavam o consumo. No ano de 2020, o órgão analisou 20 mil medidores, dos quais 33 foram reprovados. Antes de 2019, o Ipem só realizava análises com produção de laudos mediante demanda judicial ou dos próprios consumidores, mas hoje em dia também atende solicitações da própria Amazonas Energia e faz inspeções por mostra de domicílios em Manaus.
Os membros da CPI ficaram preocupados ao saber que o Ipem já recebeu relatos de que a concessionária emitia seus próprios laudos antes de 2019, que poderiam ser utilizados para comparações, mas não são oficiais. Para o presidente da CPI, uma análise sem consulta ao órgão responsável seria uma irregularidade. “Pelo que foi colocado aqui, já fica demonstrado que essa empresa comete irregularidades. Diante da manifestação do Ipem, vamos fazer levantamentos, vamos checar e fazer o contraponto ao que outros órgãos estarão trazendo também”, declarou Sinésio Campos.
Durante o depoimento, o deputado Dermilson Chagas (sem partido) questionou o diretor-presidente do Ipem se há alguma desconfiança sobre esses laudos que eram emitidos unilateralmente e Márcio Brito disse que não. “Eram laudos realizados por laboratórios de outros Estados. Mas, desde 2019, o Ipem fez uma campanha divulgando para população que o laudo que vale nesses casos é do Ipem e não da empresa. Também começamos a pedir que a Justiça levasse em conta apenas o laudo do Ipem e temos uma parceria com o Procon-AM de atender aos cidadãos que suspeitam de irregularidades nos medidores”, explicou.
Nesta quinta-feira (21), a CPI da Amazonas Energia vai receber o representante do Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM), que foi convidado a depor sobre as demandas da população em relação aos serviços da concessionária de energia elétrica. A reunião será realizada no miniplenário Cônego Azevedo, às 14h.
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