MANAUS – Membro da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), o deputado federal Delegado Pablo (PSL) sugeriu que o trabalho do grupo tenha a participação da Polícia Federal.
A CPI foi instalada na quarta-feira (27) e tem como objetivo mostrar se foi mandado dinheiro para países, como, Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Em quatro anos, desde 2016, é a terceira CPI sobre o BNDES. Nenhuma teve indiciados.
“Temos que fazer uma investigação técnica. Passar um pente fino nos contratos do BNDES. Por isso a participação da Polícia Federal é tão importante. O órgão desenvolveu grande experiência na investigação de atos de corrupção”, acrescentou Pablo, que quando era delegado da PF atuou nas investigações da operação Maus Caminhos.
Para o deputado federal José Ricardo (PT), as CPIs são instrumentos do Poder Legislativo para investigar o Poder Executivo, portanto, não caberia a participação da PF, que pertence a estrutura do governo federal.
“Aí você não vai pegar um instrumento da estrutura do Poder Executivo para investigar a si mesmo. Quem faz isso é a Justiça, o Ministério Público, que tem o poder de requisitar perícias, investigações a partir de denúncia. A CPI faz a denúncia e encaminha para o MP. O Poder Legislativo não vai investigar o Executivo usando um instrumento que é do Executivo. Agora, se quiser fazer CPI, que faça, mas a gente precisa saber mesmo é do governo do Bolsonaro, o que ele pretende para o Brasil. Os deputados da base dele, do partido dele, só tem um discurso na Câmara – que é um discurso contra o PT, eles não falam de outra coisa. Não falam de economia, de geração de emprego, de investimentos em educação. O país está um caos e o presidente só fala besteira, é uma vergonha para o mundo. Agora, se quiser fazer CPI, que faça. Se o deputado está interessado, que fique à vontade”, avaliou José Ricardo.
A Comissão terá prazo de 120 dias (prorrogáveis por mais dois meses) para apresentar um relatório final sobre a investigação.