MANAUS – A CPI da Pandemia tem 42 requerimentos para serem votados na pauta desta terça-feira, 6. Metade dos pedidos pretende apurar irregularidades durante a crise no abastecimento de oxigênio em Manaus (AM), no início do ano.
Os 21 requerimentos foram apresentados pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (MDB) após o depoimento do deputado estadual Fausto Junior (MDB), relator da CPI da Saúde na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
Na ocasião, Fausto, que foi relator da CPI da Saúde realizada pela ALE-AM em 2020, foi questionado porque não indiciou o governador Wilson Lima (PSC). O deputado culpou o colegiado pela decisão. A declaração dada em Brasília pegou mal entre os pares no Amazonas, que rechaçaram a afirmação, o que foi registrado em reportagem do ESTADO POLÍTICO.
Aziz pede a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de Fausto Junior e da mãe do deputado, a conselheira do Tribunal de Contas do Amazonas, Yara Lins. O presidente da CPI requer ainda às empresas aéreas Azul, Gol e Latam os registros de voos de Fausto Junior e familiares nos dois últimos anos.
A CPI da Pandemia pode votar nesta terça também a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara. O nome dele teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro em um suposto esquema de corrupção para a compra da vacina Covaxin. A denúncia foi apresentada em junho pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), que também pode ter os sigilos quebrados pela comissão de inquérito.
A CPI pode votar ainda a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante comercial da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Segundo Dominguetti, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria cobrado US$ 1 por dose.
A comissão de inquérito pode votar ainda a quebra de sigilos e a convocação de Cristiano Alberto Hossri Carvalho, procurador da Davati no Brasil. Outro requerimento prevê a quebra dos sigilos de Silvio Barbosa de Assis. De acordo com reportagem publicada pela revista Crusoé, ele teria oferecido R$ 6 milhões ao deputado Luis Miranda para “abafar” as denúncias de irregularidades na compra da Covaxin. Os requerimentos foram apresentados pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Fonte: Agência Senado