MANAUS – Com a abertura de 160 novos leitos exclusivos para Covid-19 na rede pública nas duas últimas semanas, o Governo do Amazonas conseguiu reduzir em 12,5% a fila de espera de pacientes que aguardam por um leito clínico ou de UTI no Estado.
Os dados foram divulgados pelo Governo do Amazonas neste domingo (7). De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a fila do Sistema de Regulação do Estado saiu de 568 pessoas, no sábado (6), para 497 neste domingo. Onze dias atrás, essa fila chegou a ter 659 pacientes, no dia 28 de janeiro, uma redução de 24,6%.
Nas últimas 24 horas, 88 pacientes foram removidos de unidades de menor complexidade para maior complexidade, tanto do interior para a capital, quanto entre hospitais da capital; e outras 66 estavam em andamento na tarde deste domingo. Significa que os leitos estavam garantidos e a central de remoção trabalhava na transferência dos pacientes por ambulância e UTI aérea.
O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, explica que essa movimentação já é reflexo da abertura de novos leitos pelo Governo do Amazonas, que começaram a ocorrer desde o dia 26 de janeiro, com a reativação do Hospital Nilton Lins. A unidade passou a ofertar 103 leitos, sendo 81 clínicos e 22 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dois dias depois, começou a funcionar a Enfermaria de Campanha do Hospital Delphina Aziz, que colocou mais 57 leitos clínicos exclusivos para a Covid-19 na rede.
Marcellus acrescenta que abertura de novos leitos está sendo possível à medida que a questão da falta de oxigênio vem sendo estabilizada nas unidades. A previsão é de abertura de mais de 100 leitos nos próximos dias no Hospital Nilton Lins, no Platão Araújo, no Delphina Aziz, entre outras unidades.
“Nós estamos voltando a ampliar leitos para UTI. A empresa fornecedora de oxigênio afirmou que nós podemos já abrir os 100 leitos de UTI, que estavam no nosso plano. E nós começamos a ativação desses leitos: 22 leitos no Hospital Nilton Lins já foram ativados e já estão começando a receber os pacientes; 23 leitos no Platão Araújo serão ativados amanhã, segunda-feira (08/02), a partir das 7h da manhã, começarão a subir os pacientes para o HPS Platão Araújo. Além disso, o Hospital Delphina Aziz abrirá 30 leitos de UTIs na área do centro cirúrgico”, explicou.
Os números do Complexo Regulador do Amazonas mostram que a fila de pacientes aguardando leitos para UTI, que chegou a ter 160 pessoas, neste domingo estava em 126. Com a abertura nesta segunda-feira de 23 leitos de UTI no Platão Araújo e as altas que acontecem diariamente, espera-se que mais pacientes possam ser atendidos.
Interior sem UTI
O Amazonas tem 62 municípios. Destes, apenas Manaus tem leito de UTI. Com o avanço da pandemia no interior, o número de pacientes que apresenta quadro grave da doença é maior.
Como quase todo caso grave necessita de UTI, o atendimento de quem mora no interior fica mais difícil. Nesse caso, os pacientes são transferidos para Manaus. A gravidade da crise é que os leitos também esgotaram na capital do estado.
No sábado (06/02), o Hospital Delphina Aziz disponibilizou para a rede 48 leitos clínicos e 13 leitos de UTIs, que precisaram ficar bloqueados para manutenção na rede de gases da unidade.
“A fila não está parada. Ela tem esse movimento, que ainda foi represado pela questão do oxigênio e houve um acúmulo da necessidade de leitos, mas agora ela já começa a movimentar e, gradativamente, vamos reduzir esse número de pacientes na fila”, disse o secretário.
Outras medidas
Somam-se à abertura de leitos, outras medidas como as remoções interestaduais, por meio da qual mais de 500 pacientes foram finalizar o tratamento em hospitais de 19 estados da federação. “Estamos transferindo os pacientes de leitos clínicos e também transferindo pacientes para leitos de UTIs, seja com apoio do Governo Federal, seja com a nossa própria estrutura aeromédica contratada. Ontem, nós transferimos um paciente para a rede D’OR do Rio de Janeiro, que já ofertou mais quatro leitos, que estão sendo transferidos desde ontem até hoje”, ressaltou Marcellus Campêlo.
O Governo do Amazonas também está fazendo a requisição administrativa de leitos de UTI na rede privada. A execução depende da disponibilidade de leitos nos hospitais particulares, que também enfrentam problema com a falta de leitos.
Reforço
Para reforçar as remoções, principalmente as resultantes de demanda judicial por UTI, a SES-AM está solicitando mais suporte de aeronave ao Ministério da Saúde. O Ministério da Defesa já auxilia o Estado com o transporte de pacientes leves e moderados para outros estados, fazendo em média duas viagens por dia. O Serviço de UTI Aérea do Estado também realiza em média três viagens por dia. Mas para dar maior vazão ao plano seriam necessários de 6 a 10 voos diários.
As remoções dentro do Estado também são feitas pelo serviço de transporte sanitário terrestre (ambulância) da própria SES-AM.
FOTOS: Arquivo/Secom