Da Redação |
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3), em Manaus, a Operação Tupinambarana Liberta.
Os alvos são secretários de Estado e policiais militares que, na véspera da operação, foram exonerados dos cargos.
Segundo a PF, a investigação apura crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do estado democrático de direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral.
A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus.
A PF informou que o objetivo da operação é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol de uma candidatura na cidade de Parintins/AM.
A candidatura em questão é a da candidata a prefeita de Parintins (AM), Brena Dianná, do União Brasil.
De acordo com a PF, a investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive de forças policiais, para benefício da chapa de Brena Dianná.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias de Parintins.
A Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou, esta semana, o aumento do efetivo policial no município de Parintins visando garantir a segurança do pleito na cidade, bem como a liberdade da população para exercer livremente o direito democrático ao voto.
Segundo o G1, os alvos dos mandados de busca e apreensão são:
- Armando do Valle (ex-diretor presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama);
- Marcos Apolo Muniz (ex-secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa);
- Fabrício Barboza (ex-secretário de Estado de Administração, Fabrício Barbosa);
- Jackson Ribeiro (tenente-coronel, ex-comandante da Rocam);
- Guilherme Navarro (chefe do setor de inteligência da Rocam);
Sobre a investigação
A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal em 16/9/2024.
Segundo a PF, durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.
Aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins.
“As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal”, informou a PF.
No fim de semana passado, vieram a público vídeos que demonstram autoridades públicas tratando de uma susposta articulação para influenciar diretamente nas eleições da cidade de Parintins.
A Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas acompanhou a execução do mandados que tinham como alvos policiais militares.
O nome da Operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás. O município é conhecido por situar o Festival Folclórico de Bois Bumbás, Garantido e Caprichoso. A Operação da Policia Federal visa garantir o livre exercício do voto no Município.