MANAUS – Começa nesta quarta-feira (4), por Manaus, a visita de embaixadores a partes da região da Amazônia Brasileira. Acompanhados pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), que lidera a comitiva, os representantes das nações estrangeiras visitarão o zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), do Exército, e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Na quinta-feira (5), ainda na capital amazonense, a comitiva conhecerá o laboratório modelo de investigação de crime ambiental da Polícia Federal (PF) e um projeto integrado de colonização do Incra, além do famoso Encontro das Águas.
No dia seguinte, os embaixadores visitam o pelotão de fronteira em Maturacá (próximo ao Pico da Neblina, na fronteira com a Venezuela) e participam de uma formatura na 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, onde também conhecerão uma Casa de Apoio à Saúde Indígena.
Além do roteiro em Manaus e em São Gabriel, será feito um sobrevoo na região sul do Pará, sobre municípios como Novo Progresso e Castelo dos Sonhos.
A viagem é uma tentativa de melhorar a imagem do Brasil sobre a Amazônia no exterior. O país viu crescer exponencialmente nos últimos dois anos os índices de desmatamento e tem uma política declaradamente antiambiental.
Para reverter essa impressão, Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, marcou o encontro de três dias, como como uma oportunidade de “apresentar a Amazônia” aos representantes estrangeiros, sobretudo europeus.
“Os embaixadores são principalmente da Europa, que não têm o conhecimento pleno de como a vida na Amazônia prossegue, de como o ribeirinho ganha seu pão diário, e agora terão oportunidade de ver isso com os seus próprios olhos e, a partir daí, tirar suas próprias conclusões”, afirmou Mourão, em entrevista a um programa de rádio produzido pela vice-presidência.
“A iniciativa tem por objetivo mostrar não só à comunidade internacional, mas também à comunidade brasileira, que a nossa Amazônia continua pujante e preservada e que a sua complexidade ambiental e humana não permite entendimento equivocado e genérico da região”, completou Mourão.
Em setembro, oito países europeus enviaram ao vice-presidente brasileiro uma carta em que diziam que a “tendência crescente de deflorestamento no Brasil” estaria dificultando a compra de produtos brasileiros por consumidores daquele continente. Depois disso, Bolsonaro chegou a dizer que diplomatas estrangeiros não vão encontrar “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada” na Amazônia, mas Mourão admitiu que o governo brasileiro precisava apresentar “melhores resultados”.
Devem participar da comitiva chefes de missões diplomáticas da União Europeia, Reino Unido, França, Espanha, Portugal, Suécia e Alemanha, além de embaixadores do Canadá, África do Sul, Peru e Colômbia, e de representante da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica).
Além de Mourão, acompanham, pelo lado brasileiro, cinco ministros: do Meio Ambiente, Ricardo Salles; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Agricultura, Tereza Cristina; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e de um representante do Ministério da Saúde – o titular, Eduardo Pazuello, segue em tratamento após contrair Covid-19.
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