MANAUS – Considerado a base de sustentação da Zona Franca de Manaus (ZFM), que hoje completa 53 anos de fundação, o Polo Industrial da capital amazonense (PIM) sofreu uma série de turbulências ironicamente a partir do ano em que os incentivos fiscais do modelo foram prorrogados até 2073 por meio de uma Emenda Constitucional (nº 83).
Só agora o polo industrial volta a “respirar”, alcançando índices de faturamento nominal próximos aos registrados em 2014, ano em que os incentivos foram prorrogados e que também marcou o início da crise.
Por outro lado, o número de pessoas empregadas no PIM voltou aos patamares do ano de 2006. E, embora tenha registrado uma ligeira melhora desde 2017, está longe de voltar ao índice pré-crise.
Faturamento
O faturamento do polo vinha em forte crescimento desde 2010, quando registrou R$ 61,6 bilhões. No ano seguinte saltou para R$ 68,8 bilhões, chegando a R$ 73,7 bilhões em 2012, e R$ 83,3 bilhões em 2013, conforme indicadores disponíveis no site da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Em 2014, foi registrado o maior valor da série histórica: R$ 87,3 bilhões. Nos dois anos seguintes, quando a crise política e econômica se agravou no Brasil, a queda foi na mesma proporção que vinha sendo o crescimento, período em que o faturamento registrou R$ 79,2 bilhões e R$ 74,7 bilhões, respectivamente.
O faturamento voltou a crescer a partir de 2017, quando alcançou R$ 82 bilhões. No ano seguinte chegou a R$ 93,4 bilhões. No ano passado, seguiu-se o ritmo de crescimento e o PIM faturou R$ 86,7 bilhões, até outubro.
Empregos
Os indicadores de empregos, no entanto, estão longe de uma recuperação total.
Até outubro de 2019, o PIM empregava em média 88,7 mil trabalhadores nas 443 industrias do polo. Em 2014, eram 122,1 mil trabalhadores empregados em 492 empresas instaladas no distrito.
Entre 2015 e 2016, o número de postos de trabalho ocupados passou de 105 mil para 86,8 mil. Desde 2017, o índice vem melhorando timidamente.
Outros números
# US$ 5 bilhões – esse foi o faturamento do PIM no ano de 1988, quando empregava 60.669 pessoas
# Em 1985, o setor de eletroeletrônicos representava 59,6% do faturamento do polo, enquanto o de duas rodas respondia por 5,7%
# Em 2010, a produção de eletrônicos representava 34,7% do faturamento; o polo de duas rodas representava 19,7%; o de bens de informática (que começaram a ser produzidos por aqui a partir de 1990) respondia por 10,2%; e o de químicos 11%
# No ano passado, o polo de eletroeletrônicos representou 26,7% do total faturado, enquanto o de duas rodas faturou 14,6% e o químico chegou a 8,7%
Foto: EBC