MANAUS – A taxa de desemprego no Amazonas chegou a 18,2% em setembro, um crescimento de 0,3% na comparação com o mês anterior e uma alta de 6,2% em relação a maio. O índice representa o terceiro pior resultado do Brasil, atrás apenas da Bahia (19,6%) e do Maranhão (19,2%).
Os dados constam na PNAD Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23). Em setembro, havia 301 mil pessoas desocupadas no Amazonas, segundo a pesquisa.
Reprodução/IBGE
“Embora o número de pessoas ocupadas tenha aumentado em setembro, a quantidade de desocupadas também cresceu, pressionada pela entrada de mais pessoas na força de trabalho. Esses fatores elevaram a taxa de desocupação para o maior patamar desde o início da pesquisa, em maio”, observa Tiago Almudi, coordenador da pesquisa no Amazonas.
O levantamento mostra que a população força de trabalho (que não estava procurando emprego) ficou estimada em 1,25 milhão de pessoas.
O número de pessoas ocupadas fechou o mês em 1,34 milhão, mais da metade trabalhando informalmente. São cerca de 700 mil na informalidade, ou 51,9% do total – em maio eram 641 mil.
Entre a população ocupada, 494 mil são trabalhadores por conta própria, formais e informais, o que representa 36,6%.
A PNAD Covid-19 mostra ainda que, em quatro meses, caiu de 560 mil para 409 mil o número de pessoas que não procuraram trabalho no Amazonas em razão da pandemia ou por falta de trabalho na localidade onde moram.
Houve um aumento do número de pessoas ocupadas como “trabalhador familiar auxiliar”. Era 71 mil em maio e agora, 109 mil.
“Os resultados da PNAD Covid mostram que o número de desocupados no Estado do Amazonas alcançou 301 mil pessoas. O número de não ocupados que não procuraram trabalho por conta da pandemia vem diminuindo desde maio, mostrando que a flexibilização do isolamento social está ajudando na busca de novas oportunidades de ocupação”, avalia Almudi.
Afastadas e em home office
Das 1,34 milhão de pessoas ocupadas em setembro, 102 mil pessoas estavam afastadas do trabalho, menor número registrado desde o início da pesquisa (maio). Deste total, 64 mil (62%) ainda estavam afastadas do trabalho em função do distanciamento social e 38 mil, por motivo diferente.
Entre as ocupadas, 52 mil (4,2%) trabalharam na forma remota.
Auxílios emergenciais
Em setembro, 60,9% dos domicílios do Amazonas receberam algum tipo de auxílio emergencial, em razão da pandemia. Este percentual é superior ao de maio, mas é inferior ao de maio, junho, julho e agosto. O rendimento médio proveniente do auxílio emergencial recebido pelos domicílios foi de R$ 957.
Resumo
Resumindo, foram estimadas, no Amazonas, cerca de quatro milhões de pessoas em setembro. Na população residente, três milhões tinham 14 anos ou mais de idade, ou seja, estavam em idade de trabalhar.
A população na força de trabalho era 1,65 milhão. Entre essa população, 1,35 milhão eram pessoas ocupadas e 301 mil desocupadas.
Em setembro, 51,9% das pessoas ocupadas estavam na informalidade no Estado, ou seja, mais da metade da população ocupada. Em parte, pelo aumento de pessoas ocupadas como trabalhador familiar auxiliar, e como trabalhador por conta própria.
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