MANAUS – Um bate boca generalizado tomou conta da sessão ordinária virtual da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) desta terça-feira (14).
O pivô foram supostos pedidos de favores de parlamentares à Secretaria de Estado da Saúde (Susam) para acesso a medicamentos para pessoas adoecidas com Covid-19.
Deputados, exaltados, repudiaram a insinuação feita pelo oposicionista Dermilson Chagas, que chegou a ser chamado de “palhaço” por um parlamentar e ao fim de tudo pediu desculpas aos colegas.
Crítica x politicagem
Tudo começou quando Dermilson falava, em tom crítico, sobre a situação da saúde no Estado em meio à pandemia, citando o pagamento de R$ 750 milhões de exercícios anteriores e questionado o porquê do governo não usar esse dinheiro nas ações de combate ao coronavírus.
“Durmam com essa, vocês que batem palmas, têm mais 300 milhões a pagar de exercícios anteriores”, disparou, dizendo que a soma ultrapassaria R$ 1 bilhão.
Dermilson reclamou do fato dos oposicionistas serem tachados de politiqueiros por fazer críticas ao governo na condução dos trabalhos na saúde em meio à crise. Disse que o Parlamento, cuja maioria de membros é governista, tem dificuldades em cobrar o governo.
“Eu não vou abrir mão da minha prerrogativa”, disse, acrescentando que muitos dos colegas elogiaram o deputado Ricardo Nicolau (que se afastou para conduzir as ações da Samel de enfrentamento à pandemia), mas deixaram de criticar o governo.
“Quem quer bater palmas, tem que comprar igresso, mas nesse circo eu não entro”, disse, limitando como vozes críticas ao governo, além de si, os deputados Wilker Barreto e Serafim Corrêa.
Intercessão por medicamento
A fala de Dermilson que irritou os deputados foi esta: “O cinto aperta quando pega um parente de vocês. Aí, vão correr atrás de Tamiflu (remédio antiviral), vão correr atrás de leito, liga pro secretário, ‘arranja um leitozinho'”.
Ao término, a deputada Alessandra Campêlo, que presidia a sessão, pediu que Dermilson tivesse mais respeito com os colegas.
“Tem muita gente aqui que tem familiares doentes também. Não julgue as pessoas. Não venha dizer que deputados estão ligando para secretário para pedir favor, esse tipo de coisa”, reclamou Alessandra.
Dermilson frisou que não citou nomes.
“Deputado Dermilson, você tem que respeitar. Você não respeita ninguém. Você tem que respeitar seus pares”, protestou Cabo Maciel. “Você não citou ninguém, mas fica jogando para a plateia”, acrescentou.
O deputado Felipe Souza chamou Dermilson de “grande palhaço” que “fica fazendo presepada” enquanto os demais estão trabalhando e por fim pediu respeito.
“Eu não chamei ninguém de palhaço, me respeite”, rebateu Dermilson.
O deputado Péricles disse que o fato de Dermilson não citar ninguém foi pior porque generalizou. “Eu não participo de um circo nem de um lado, nem do lado que você participa, deputado Dermilson”.
O clima só amenizou após intervenção do decano Belarmino Lins, que pediu para todos manterem o nível. Belão disse que dessa vez Dermilson “pisou na bola” e que deveria se desculpar.
Dermilson acatou a sugestão e pediu desculpas. Alessandra Campêlo aceitou e deu prosseguimento aos trabalhos.
Assista, a partir de 1h10min:
Não sou fã do deputado Dermilson. Mas ele não falou nenhuma mentira. Outra coisa, não há como trabalhar sério com pessoas que finjem trabalhar.
É eu sim deputado Pablo, Deputada Alessandra sou o palhaço do circo que vocês montaram é fingem que tudo é muito normal. Afinal de contas vocês vivem de forma anormal suas vidinhas boas. Que pena é que vocês sujam a política.