MANAUS – O vereador de oposição Chico Preto (Democracia Cristã) declarou nesta terça-feira (28) que a intervenção financeira da Prefeitura de Manaus no sistema de transporte público mostrou o que todo mundo já sabia: “o sistema é uma esculhambação”.
“Está chegando o final dessa segunda gestão do Arthur [Neto, prefeito de Manaus] e a esculhambação só aumentou. A intervenção só fez trazer a esculhambação para o papel. E não apontou nada, porque essas conclusões aqui todas já foram debatidas”, afirmou o vereador, ao comentar o relatório da intervenção durante sessão da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
O vereador disse que o prefeito não pode renovar a concessão com as atuais empresas que operam o sistema.
“Está na hora de ter coragem de apontar esses caminhos e abrir uma nova licitação, coisa que se o Arthur renovar vai criar um imbróglio jurídico tremendo para o próximo prefeito, um cavalo de sem tamanho”, disse Chico Preto.
Abaixo, o discurso do vereador, que é pré-candidato a prefeito:
Prefeitura pagou despesas de empresas
O ESTADO POLÍTICO informou no domingo (26) que durante o período de intervenção financeira no sistema de transporta público, entre julho de 2019 e janeiro de 2020, a Prefeitura de Manaus injetou R$ 61,8 milhões de recursos do contribuinte para bancar despesas das empresas de ônibus.
A informação consta no relatório final da intervenção enviado à CMM. No documento, a prefeitura justifica o repasse como necessário para equilibrar as finanças das empresas.
Segundo o relatório, 82,5% dos 61,8 milhões foram utilizados para pagar adiantamento salarial e o salário do mês dos funcionários das empresas. Os outros 11,6% foram para comprar combustível.
De acordo com o relatório, nos 6 meses de intervenção, fora os R$ 61,8 milhões repassados pela prefeitura, as empresas arrecadaram R$ 142,8 milhões com a venda de passagem, por meio do Sistema de Bilhetagem Eletrônica (SBE). O total movimentado no período foi R$ 204,7 milhões.
Do total de R$ 204,7 milhões, R$ 144,2 (70,4%) foram utilizados para pagamento da folha das empresas. “O que demonstra o alto custo com esse tipo de despesa”, opinou o interventor do município no relatório, Francisco Bezerra.