MANAUS – A cota do rio Negro em Manaus neste domingo (30) se igualou à enchente recorde de 2012: 29 metros e 97 centímetros. O anúncio foi feito pelo prefeito da capital, David Almeida (Avante), em entrevista coletiva à imprensa pela manhã. “É um dia histórico e a cidade de Manaus se preparou para isso”, declarou.
“O rio continua subindo. Certamente iremos ultrapassar essa marca de 2012. Porém, espero que esse rio pare de subir e que essa água comece a descer para que a gente possa voltar ao normal na nossa cidade. Se continuar subindo, a prefeitura está preparada para continuar atendendo a população”, disse David.
A cheia de grandes proporções já atingiu pelo menos 15 bairros da capital (da orla ou nas margens dos grandes igarapés). No Centro, as águas invadiram boa parte da área próxima ao rio, como a área da Manaus Moderna, Rua dos Barés e Praça do Relógio.
Para conter os prejuízos causados pela cheia, o chefe do Executivo municipal enfatizou que a prefeitura iniciou as ações preventivas, há mais de dois meses, através do Comitê Especial de Enfrentamento das Cheias Fluviais do Município. Entre os serviços estão a construção de 9 mil metros de pontes em áreas alagadas e a criação do Auxílio Enchente, que contemplará as famílias cadastradas, a partir da próxima terça-feira (1º).
“Ampliamos os trabalhos e estamos em 15 bairros atendendo a população, dando o suporte necessário em todas as áreas atingidas na nossa cidade. Já na terça-feira (1º), nós pagaremos o Auxílio Enchente. Lembrando que o auxílio que criamos é de R$ 200, para complementar o Auxílio Aluguel”, disse o prefeito.
A Prefeitura de Manaus trabalha com a previsão de que a cheia supere os 30 metros, de acordo com estimativas do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
De acordo com dados da Defesa Civil Municipal, mais de 4 mil famílias, incluindo a zona rural, já foram cadastradas pela Secretaria Municipal de Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), para serem atendidas, com o apoio do Fundo Manaus Solidária, com cesta básica, kit higiene e dormitório.
Para minimizar o odor forte e a proliferação de bactérias nas áreas alagadas, equipes da Casa Militar, em parceria com a concessionária Águas do Amazonas, estão realizando, periodicamente, aplicação de cal. Segundo o prefeito, esse tipo de ação ajudou com que o entorno da praça do Relógio, Centro, voltasse a ser visitado pela população.
“A enchente se tornou uma atração turística. Eu passei aqui pela avenida Eduardo Ribeiro e vi uma quantidade enorme de famílias visitando. As pessoas vêm de jet ski e de lancha ver a marca aqui do Porto. A Prefeitura preparou os nossos espaços públicos para receber a maior enchente da história”, finalizou.