MANAUS – A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta quarta-feira (2), um convite para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot fale ao colegiado sobre as declarações feitas à imprensa de que teria planejado matar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
O deputado Delegado Pablo (PSL-AM), autor do requerimento, explica que a intenção é “trazer luz ao tema que ele falou para toda mídia”. Segundo o parlamentar, Janot disse que várias autoridades da República o tinham atrapalhado durante a Lava Jato para que as investigações não andassem.
“Ele (Janot) disse que sofreu pressão de várias autoridades para atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Queremos que Janot explique quem são as pessoas que tentaram atrapalhar o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público”, disse Pablo.
Oposição quer Dallagnol
Deputados de partidos de oposição anunciaram que votariam a favor, mas pediram a inclusão do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, no convite, porque Janot teria dito que houve pressão de Dallagnol para que ele acusasse o ex-presidente Lula por organização criminosa, para que a força tarefa pudesse acusá-lo de outro crime.
“Está bem explícita na obra do Janot que ele foi pressionado por Dallagnol para que invertesse a ordem dos trabalhos para que fizesse a denúncia do presidente Lula antes de outras denúncias; que denunciasse o Partido dos Trabalhadores antes até de outras denúncias que podiam ser explicitamente mais graves”, disse a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Pablo disse que não poderia chamar todas as pessoas citadas no livro de Janot, que ainda será lançado, e se recusou a incluir Dallagnol.
O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que vai apresentar requerimento para que o procurador da Lava Jato seja chamado.