MANAUS – Em entrevista à TV A Crítica nesta sexta-feira (11), o advogado Yuri Dantas confirmou que a primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, foi intimada pela Polícia Civil a prestar esclarecimentos sobre o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues.
O advogado disse que a cliente aguarda a polícia pela definição da data. “Ela recebeu uma intimação para comparecer. Não há nada que ela vá fazer para não colaborar com as investigações, muito pelo contrário. Agora, só vou me furtar, porque acho que isso fica para a delegacia efetivamente determinar, [sobre] a informar essa data [do depoimento]. Quando o Dr. (delegado) Paulo Martins achar melhor, ela virá e fará os esclarecimentos que ele solicitar”, disse Yuri.
O ESTADO POLÍTICO apurou que entre os questionamentos que a Polícia Civil tem para Elisabeth estão os relacionados às circunstâncias em que ela esteve na casa onde o filho dela mora, Alessandro Valeiko, na noite do dia 29 de setembro.
A polícia suspeita que a casa, que fica localizada no condomínio Passaredo, no bairro Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, pode ter sido o local do crime.
Em entrevista coletiva três dias após o crime, Elisabeth declarou que, na noite do dia 29 de setembro, esteve na casa. Na manifestação pública, ela disse que falou com suspeitos, que mais tarde viriam a ser presos. Entre eles o filho dela.
As declarações de Elisabeth acabaram colocando-a como testemunha no inquérito. Veja o depoimento da primeira-dama aqui.
Quando a polícia foi à residência para periciar a possível cena do crime, o ambiente tinha passado por uma limpeza. Circunstâncias essas que obrigaram os investigadores a utilizar outras técnicas para coletar amostras de sangue na casa.
“Naquele momento, eu fui, meu filho estava sangrando, ele levou uma coronhada na cabeça. O Júnior (José Júnior) estava lá, conversei. O que eu pude falar foi o que o Júnior falou: todos estavam em uma Rave, usaram droga, foram para a casa do meu filho, continuaram a usar droga, e dali nem eu sei o que aconteceu de fato”, declarou Elisabeth no dia 2 de outubro.
Versão do prefeito
No dia 1º de outubro, quando se confirmou o envolvimento de Alejandro no episódio, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), publicou um texto em suas redes sociais em defesa do enteado.
Na ocasião, Arthur sustentou uma versão de que a casa foi invadida por homens encapuzados, e que estes sequestraram Flávio. Durante a ação, Alejandro teria sido agredido com uma coronhada, e outro amigo, Magno de Menezes, esfaqueado.
Na tarde de segunda-feira (30), o corpo de Flávio foi encontrado em um terreno no Tarumã, também na zona Oeste, com perfurações causadas por arma branca.
Nos primeiros dados coletados pelos investigadores, a versão do prefeito e também dos demais suspeitos presos foi desmentida.
A direção do condomínio informou à polícia e depois em nota divulgada à imprensa que o ambiente não foi invadido. E que todos que entram naquele dia no condomínio tinha a permissão de Alejandro.
Entre as pessoas que entraram no local naquela noite estavam o policial militar Elizeu da Paz, acompanhado de um amigo, Mayc Vinicius Teixeira. Elizeu trabalha na segurança de Arthur e é lotado na Casa Militar da Prefeitura
Elizeu trabalha na segurança de Arthur e é lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus. Ele está preso. A polícia suspeita que ele tenha usado o carro oficial que dirigia para retirar Flávio da casa. Não se sabe se vivo ou morto.
O colega de Elizeu, Mayc, segundo a polícia, assumiu ter matado Flávio, no terreno onde o corpo do engenheiro foi encontrado. Os investigadores desconfiam da versão de Mayc, que foi classificada pelo delegado Paulo Martins de “história sem pé nem cabeça”.