MANAUS – O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (PRTB), divulgou nesta sexta-feira (10) um requerimento assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM), Josué Neto (PSD, e por outros deputados, em que defendem o reajuste de salários de secretários executivos, secretários adjuntos, e presidentes de autarquias e fundações.
Segundo Carlos Almeida, o documento prova a incoerência da crítica do presidente Josué feita ao Executivo em nota divulgada na quinta-feira (9), em nome da ALE-AM. O requerimento coletivo, de número 1.070, foi enviado no dia 27 de março e recebido pelo Governo do Amazonas em abril de 2019.
“Já em abril nós recebemos um requerimento do próprio presidente solicitando as readequações a fim de existir paridade nos cargos que foram colocados nas secretarias. Em setembro, antes sequer de ser solicitada a Lei Delegada, foi exposto o texto e o presidente estava bem ciente das alterações que se dava”, disse Carlos Almeida em entrevista.
Além de Josué, assinaram o requerimento enviado ao governo os deputados Roberto Cidade (PV), Mayara Pinheiro (PP), Alessandra Campêlo (MDB), Cabo Maciel (PL), Adjuto Afonso (PDT), Belarmino Lins (PP), Dermilson Chagas (PP), Felipe Souza (PHS), Abdala Fraxe (PODE), Álvaro Campelo (PP), Carlinhos Bessa (PV), Fausto Júnior (PV), João Luiz (PRB) e Sinésio Campos (PT).
“O que há de fato é o presidente da ALE-AM tentando assumir uma posição que jamais assumiu na vida. (Ele) sempre se comportou, ao longo desses três mandatos, de forma subserviente e agora tenta se mostrar como independente ou mesmo como oposição, criticando algo de que ele tem ciência. Ou ele assinou alguma coisa que não leu? Porque disso ele estava absolutamente ciente. O que nós temos é alguém que ao longo desse ano de 2019 se mostrou alguém completamente sem quilha”, disparou Carlos Almeida.
Outro lado
Ouvido pelo site, o presidente da ALE-AM admitiu ter pedido os reajustes por meio do requerimento, mas que não sugeriu percentuais, muito menos os que acabaram sendo aplicados pelo governo.
“Mas não dessa forma, não pela forma que foi feito, não diante da crise que foi anunciada pelo governo, que não existe, não dessa forma. Existem várias formas de se tomarem diversos posicionamentos, os posicionamentos são todos confusos, eu gostaria que o governo se preocupasse com o que realmente é importante”, disse Josué.
Sobre as críticas do vice-governador a sua mudança de posição política, Josué disse que o governo deve se concentrar os problemas do Estado, entre ele a área da saúde.
“Não vou comentar esse tipo de colocações passionais, o momento agora é de ter muita sensibilidade com o que é público, sensibilidade com o sentimento do pai, das mães de crianças, dessas famílias que perderam os seus filhos, não era para ter essa crise não. R$ 2,6 bilhões de excesso de arrecadação não era para ter crise na saúde, não era para crianças estarem morrendo, prefiro não declarar não, acho que o governo tem que ter responsabilidade com essas famílias aí que perderam os seus filhos”, afirmou Josué.
O que diz a nota da ALE-AM
Em nota divulgada na quinta-feira (9), a presidência da Assembleia Legislativa (ALE-AM) declarou que a lei aprovada pelo Legislativo que deu ao Executivo poder para fazer mudanças administrativas sem consultar os deputados não autorizava o governo a reajustar salários de assessores do alto escalão.
A nota afirmou ainda que o reajuste não constava no texto da lei aprovada em 2019. E que a decisão de reajustar os salários foi exclusivamente do Executivo.
Abaixo, o requerimento coletivo da ALE-AM: