MANAUS – Alvo de busca e apreensão da segunda fase da operação Sangria, deflagrada na quinta-feira (8), o vice-governador Carlos Almeida Filho divulgou uma nota à imprensa nesta sexta-feira (9) na qual afirma que não praticou qualquer conduta ilícita e que está disposto aos esclarecimento junto à investigação.
Almeida Filho disse que volutariamente se dirigiu à delegacia da Polícia Federal na tarde de ontem. O vice-governador, afirmou que apesar de ser constrangedor e causar dano à sua imagem, entende o contexto das medidas.
“Como profissional oriundo de carreira jurídica sei da necessidade pública de esclarecimentos quanto à conduta dos agentes públicos, em especial políticos, razão pela qual sou favorável à elucidação dos fatos circunscritos à Operação Sangria”, manifestou.
O vice-governador disse que ao longo dos seus mais de 15 anos da sua vida pública trabalhou pela correção. “(…) justamente por não concordar com os rumos da atual administração que me desliguei da Casa Civil no início de maio deste ano”, reforçou, ao reafirmar rompimento com o governador Wilson Lima (PSC).
A Polícia Federal, ao deflagrar a operação desta quinta, afirmou que Carlos Almeida Filho tinha influência na pasta da Saúde e esteve envolvido na compra supostamente superfaturada de 28 respiradores no ápice da pandemia de Covid-19 no Amazonas, o que foi o principal motivo para a abertura da investigação.
Cinco pessoas foram presas temporariamente, entre elas o ex-secretário Rodrigo Tobias, sucessor de Almeida Filho na Secretaria de Saúde, indicado pelo vice para o posto.
Abaixo, confira a nota na íntegra:
NOTA
A respeito dos desdobramentos da Operação Sangria que acarretaram em procedimento de busca e apreensão contra minha pessoa, manifesto-me à imprensa e população.
Como pessoa pública, tenho ciência do enorme grau de exposição pessoal a que me submeto por conta de meu ora ofício político, portanto compreendo, apesar de pessoalmente constrangedor, os ônus que tal acarreta.
Como profissional oriundo de carreira jurídica sei da necessidade pública de esclarecimentos quanto à conduta dos agentes públicos, em especial políticos, razão pela qual sou favorável à elucidação dos fatos circunscritos à Operação Sangria.
Tenho a afirmar que durante meus mais de 15 anos de vida pública sempre trabalhei pela correção e defesa de direitos, ideais que me levaram à política e que sustento com veemência durante o curso deste mandato. E, justamente por não concordar com os rumos da atual administração que me desliguei da Casa Civil no início de maio deste ano.
Afirmo que não pratiquei qualquer conduta ilícita, motivo pelo qual fiz questão de esclarecê-las, de pronto e de forma voluntária, na DPF, na tarde desta quinta-feira. Ressalto que, apesar do constrangimento e do dano à imagem, entendo o contexto das medidas de busca, razão pela qual colaborei com o procedimento, e desde então, me dispus à contribuição com a Justiça.
Carlos Almeida Filho
09/10/2020