Da Redação |
O boi-bumbá Caprichoso é campeão do 57° Festival Folclórico de Parintins. Como tema, “Cultura – O Triunfo do Povo”, o bumbá somou 1.259,3 contra 1.259,2 do boi Garantido.
O boi-bumbá vencedor acumulou o maior número de pontos na soma de todos os blocos durante as três noites de apresentações.
A conquista confirma o tricampeonato do boi negro na história do festival. A apuração ocorreu na tarde desta segunda-feira (1º/07), no Centro Cultural de Parintins – Bumbódromo (distante 369 quilômetros de Manaus).
O Boi Caprichoso abriu as duas primeiras noites e fechou a última noite do 57º Festival de Parintins.
Na última noite, o Caprichoso levou para a arena o apelo contundente em favor da proteção da floresta e dos povos originários, a partir do tema “Saberes, o Reflorestar das Consciências”.
O presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, Ericky Nakanome, fez um balanço das duas últimas noites de apresentações do festival e disse acreditar que o que foi levado para a arena superou as expectativas.
“Tivemos duas noites maravilhosas, uma noite mais nervosa por ser a primeira noite, uma noite ontem que superou todas as nossas expectativas e hoje a gente acredita, nós que abrimos o festival, queremos encerrar o festival com a melhor energia possível” comentou Nakanome.
A primeira alegoria foi ‘Lenda Amazônica’, apresentando ao público a história do povo Macurap, que enfrentou uma grande alagação e teve a missão de proteger o povo da floresta. A obra do artista Alex Salvador foi destaque, com efeitos e detalhes, transformando a arena numa grande floresta.
Dando ênfase aos saberes tradicionais e crenças populares, o item ‘Figura Típica Regional’, concebida pelos artistas Makoy Cardoso e Nei Meireles, levou para o bumbódromo os Sacacas, Curadores da Floresta, que retrataram o poder da cura das ervas medicinais que ultrapassam os limites da ciência.
Ao longo da apresentação, o bumbá azulado deu destaque para as emergências climáticas, com a presença de líderes indígenas como Vanda Witoto. O espetáculo foi encerrado com o Ritual Indígena, entoado por Awa Guajá – A Oferenda e Sacaca.
Investimento
O investimento para a realização do festival é alto. Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, o governo do estado destinou R$ 3 milhões para cada boi. Já a prefeitura reservou R$ 5 milhões para cada um.
Além disso, os bois recebem investimentos com base na Lei Rouanet que alcançam R$ 20 milhões. Os recursos são empregados na realização dos temas defendidos pelos bois.