MANAUS – O senador Eduardo Braga (MDB) se manifestou a respeito da discussão que teve por telefone com a ministra Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Braga não negou que tenha gritado com Flávia, caso revelado pelo colunista Lauro Jardim, d’O Globo.
Segundo Lauro Jardim, em telefonema para tratar da liberação de emendas, no dia 9, Braga gritou, chamou palavrão e ofendeu a ministra e com Ciro Nogueira (Casa Civil) ficou “pianinho”.
Ao jornal O Globo, Flávia Arruda disse que foi alvo de machismo atrasado e que não irá se amedrontar. “Gritos não me amedrontam. O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira”, disse.
No Twitter, nesta terça-feira (14), Braga lamentou a “exploração” do caso na imprensa. Disse que teve uma conversa “dura, mas republicana” com Flávia. “Não houve, de minha parte, nem poderia haver, qualquer grosseria para com a ministra, pela qual sempre tive o maior respeito”, escreveu.
“Lamento se houve algum mal entendido por parte da ministra Flávia Arruda, ou se houve algum excesso de minha parte. Nesse caso, gostaria de deixar claro que, em momento algum, tive a intenção de ofendê-la”, encerrou.
Saiba mais
Não é de hoje a fama de grosseiro que Braga carrega.
Em setembro, publicou um vídeo no Instagram tentando explicar porque é considerado “temperamental”.
De olho na cadeira de governador do Estado, que será colocada em disputa no ano que vem, ele afirmou, entre outras coisas, que quando era governador não gostava de “deixar obra parada” e “faltar remédios em hospitais”. Por isso, prossegue Braga, cobrava “puxando a orelha” dos responsáveis.
A fama de grosseiro é atribuída no meio político como um dos motivos da derrota de Braga na disputa pelo Governo do Amazonas na eleição suplementar de 2017, quando ensaiou um mea culpa dizendo que entendeu o recado e mudou ao avançar para o segundo turno. Na ocasião, ele foi derrotado por Amazonino Mendes.
Pré-candidato à reeleição, o governador Wilson Lima (PSC) tem explorado isso em seus discursos recentes, de forma indireta. “O tempo da arrogância acabou!”, tem repetido.