Por Lúcio Pinheiro |
O senador Eduardo Braga (MDB) atribuiu à retomada da política nacional de habitação feita pelo governo Lula (PT) a razão da aproximação dele ao prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
A declaração foi feita na segunda-feira (18), durante a inauguração da sede da Secretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Semhaf). Criada este ano, a pasta acomoda aliados do MDB de Braga, a começar pelo secretário, Jesus Alves.
Segundo Braga, com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, por parte da gestão Lula, ele entrou em contato com David para propor uma aliança focada na questão do déficit habitacional da capital do Amazonas.
“Eu disse: ‘David, talvez seja aqui uma oportunidade para que nós possamos, independentemente de qualquer divergência política ou partidária, juntar forças para robustecermos uma política habitacional, para levarmos esperança e casa para quem precisa de uma casa em um lugar seguro na cidade de Manaus. Imediatamente, David disse: ‘Eduardo, vamos trabalhar juntos e vamos construir uma política que possa representar uma esperança segura para a cidade de Manaus’”, afirmou Braga.
“[…] e hoje, quando o prefeito inaugura essa secretaria, o prefeito já tem a garantia de que teremos, agora, para o programa Calamidade, já para este ano, 1,2 mil unidades de casa para atender as famílias que estão naquela área de risco da cidade. E que a partir deste ano, todos os anos, nós teremos um patamar mínimo de 1,2 mil unidades para a área de calamidade”, completou o senador.
Durante seu discurso, Braga criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL), que segundo ele abandonou a política habitacional. O senador afirmou que o apoio de um programa federal é essencial para ajudar os governantes na execução de projetos de moradia.
“Com a ausência de uma política nacional, isso foi ficando cada vez mais difícil. Pois bem, quis a democracia e Deus, acima de tudo, que o Lula voltasse. E com a volta do Lula, o projeto Minha Casa, Minha Vida voltou. E eu tive a oportunidade de ser o presidente da comissão mista que tratou deste programa do Minha Casa Minha Vida versão 4.0, o novo Minha Casa, Minha Vida”, afirmou o senador.
Déficit e ilegalidade
Segundo o secretário de habitação, o déficit habitacional de Manaus é de 119 mil habitações, o que representa mais de 400 mil pessoas sem moradia. O número representa 1/5 dos 2 milhões de habitantes da capital amazonense.
Durante o evento, Jesus Alves também divulgou outro dado preocupante. Segundo ele, 72% das residências de Manaus estão na ilegalidade. Ou seja, não têm a documentação mínima que garanta a posse legal do imóvel aos seus moradores.