MANAUS – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializou a reforma ministerial que assegurou a chefia da Casa Civil ao líder informal do “Centrão”, o senador Ciro Nogueira (PP-PI). As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (28).
O general Luiz Eduardo Ramos, que chefiava a Casa Civil, foi realocado para a Secretaria Geral da Presidência, onde antes estava Onyx Lorenzoni. Ramos, segundo Bolsonaro, não tinha o “linguajar” dos congressistas. A Casa Civil é responsável pela articulação do governo com o Senado e Câmara dos Deputados.
Para que Lorenzoni continuasse a ter um ministério para chamar de seu, Bolsonaro recriou o Ministério do Trabalho (Emprego e Previdência Social) por meio de medida provisória. Antes, a pasta estava sob o guarda-chuva do super Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
Ao ceder a Casa Civil a um político “profissional”, o governo sinaliza buscar um maior diálogo com parlamentares e evitar, em último caso, o avanço de um processo de impeachment de Bolsonaro.
Ciro Nogueira tem 52 anos e hoje é considerado um dos senadores mais fiéis ao Planalto. Porém, antes da eleição de Bolsonaro para a Presidência, ele era um crítico do atual presidente, a quem chamou, inclusive, de fascista.