BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o governo federal vai comprar e oferecer para a população qualquer vacina contra a Covid-19 que passar pelo aval do Ministério da Saúde e for certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas repetiu que essa imunização não será obrigatória para a população.
“Passando pela (Ministério da) Saúde e sendo certificado pela Anvisa, o governo federal vai comprar a vacina e vai disponibilizar, mas não vai ser obrigatória de jeito nenhum”, disse ele, em transmissão pelas redes sociais, no Palácio da Alvorada.
A fala do presidente ocorre no dia em que duas gigantes farmacêuticas –a norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech– anunciaram que a vacina que desenvolvem possui pelo menos 90% de eficácia, segundo dados das empresas não revisados de forma independente.
O Brasil, entretanto, não tem acordo até o momento para adquirir a vacina Pfizer/BioNTech, uma vez que o governo federal apostou suas fichas no imunizante em desenvolvimento pelo laboratório AstraZeneca com a Universidade de Oxford.
Separadamente, o governo de São Paulo, por meio do Instituto Butantan, firmou acordo com o laboratório chinês Sinovac. No entanto, como o acordo foi feito com o governador de São Paulo, João Doria –seu inimigo político– Bolsonaro desautorizou um acordo inicial entre o Ministério da Saúde e o Butantan para compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa antes da aprovação pela Anvisa.
O governo brasileiro também participa do sistema Covax Facilities, da Organização Mundial de Saúde (OMS), para compra de outro imunizante que porventura seja aprovado internacionalmente.