Por Agência Brasil|
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (25), em sua conta no Twitter, que a ação dos hackers que invadiram seu telefone celular é “um atentado grave contra o Brasil e suas instituições”. O telefone celular do presidente da República foi alvo da ação do grupo suspeito de invadir ao menos mil linhas telefônicas, incluindo a de várias autoridades públicas, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Ainda nas redes sociais, o presidente destacou que não trata de temas sensíveis ou de segurança nacional por celular.
Também pelo Twitter, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), se pronunciou sobre o caso. “Os celulares usados pelo presidente @jairbolsonaro também foram hackeados! É gravíssimo”.
Na terça-feira, a PF deflagrou a chamada Operação Spoofing, que apura a suspeita de crimes cibernéticos. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão autorizados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, que afirmou haver, nas informações iniciais apresentadas pela PF, “fortes indícios de que os investigados integram organização criminosa”.
O cumprimento dos mandados resultou na prisão de Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto. Ao pedir a detenção dos quatro, a PF apresentou “um histórico de possíveis crimes” que os investigados teriam praticado em conjunto” para “violar o sigilo telefônico de diversas autoridades públicas brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”.
Ao autorizar as prisões temporárias, a realização de busca e apreensões em endereços ligados aos investigados, bem como a quebra do sigilo fiscal e de comunicações e o bloqueio de bens dos suspeitos, o juiz Vallisney de Souza Oliveira afirmou que as prisões temporárias dos investigados pelo prazo de cinco dias são essenciais para a obtenção de provas.
Nota do GSI
Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que disponibiliza ao governo federal, por meio da Agência Brasileira de Inteligência, um terminal de comunicação seguro (TCS), com tecnologia da própria agência, “cabendo às autoridades optar pelo equipamento e operá-lo conforme suas necessidades funcionais”.
Segundo o gabinete, TCS é móvel, tem funções de chamada de voz e troca de mensagens e arquivos, criptografados com algoritmos de Estado. “Não permite a instalação de aplicativos comerciais e pode realizar ligações em claro (sem criptografia)”, diz a nota.
O GSI também informa que publica recomendações e alertas de segurança à administração pública federal de forma preventiva em razão da complexidade do tema, nos cenários nacional e internacional.
A pasta acrescenta que detalhes e desdobramentos sobre o assunto serão apurados por inquérito instaurado pela Polícia Federal.