SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro agradeceu a apoiadores que se reuniram em frente ao Palácio da Alvorada e deu um recado para aqueles que defendem seu impeachment ou diante da possibilidade de cassação da chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2018 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A gente acredita em vocês, vocês estão aqui de coração, fazem movimentos democráticos para exatamente mostrar que o voto de vocês em 2018 vai valer até 2022”, disse o presidente nos jardins do Palácio, onde está isolado desde que anunciou que está com a Covid-19, referindo-se ao período do seu mandato. “Trocar, troque nas urnas… vai ser difícil para eles.”
O presidente baixou rapidamente a máscara para falar com apoiadores, que estavam do outro lado de um espelho d’água do Palácio da Alvorada.
“Estamos preparando para 2022, fique tranquilo, vai sair o partido”, disse ele, após um apoiador falar da criação do Aliança pelo Brasil.
“Lógico que sempre tem uma alternativa, caso dê errado, mas vai ser bem diferente de 2018, pode acreditar na democracia que vamos mudar o Brasil com as armas da democracia”, comentou.
O presidente voltou a elogiar seu time de ministros, com destaque para o titular interino da pasta da saúde, Eduardo Pazuello, e disse que o Brasil vai sair da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
“O Brasil está mudando, demos azar com essa pandemia, mas vamos sair dessa”, disse Bolsonaro em live nos jardins do Palácio da Alvorada.
“Temos uma excelente equipe de ministros, a começar pelo da Saúde, que está dando certo, aos poucos vamos construindo o futuro do Brasil”, acrescentou.
Em meio a críticas devido ao Brasil ter um ministro interino da Saúde há dois meses, o presidente garantiu na quinta-feira que Pazuello fica no cargo.
Bolsonaro também disse que “no momento” está “com bom relacionamento com o Parlamento, mas a renovação é natural até para o cargo de presidente, se for o caso”.
Ele também voltou a indicar prováveis vetos sobre o projeto relacionado a fake news em tramitação na Câmara dos Deputados.
“Se por ventura passar na Câmara, acho que não passa, temos depois aqui análise de veto, natural, normal, e pode ter certeza que não vamos perder nossa liberdade de expressão”, ressaltou ele, destacando que “essa mídia livre foi que elegeu o presidente”.