MANAUS – Em transmissão ao vivo em redes sociais na noite desta quinta-feira, 12, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que pediu a Valdemar Costa Neto, que comanda o PL, para retirar o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) do cargo de vice-presidente da Câmara.
O interesse de Bolsonaro em retirar Marcelo Ramos da vice-presidência da Câmara aumentou com as críticas do parlamentar contra o governo.
Principalmente nas questões relacionadas à gestão da pandemia e com relação aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.
“Uma vez mudando de partido, tá no regimento interno que ele tem que sair da vice-presidência porque aquele cargo pertence ao partido. O deputado que saiu [Ramos] entrou na Justiça e caiu na mão de quem? Alexandre de Moraes”, continuou.
“Eu nunca vi uma interferência dessa forma junto ao Legislativo, um absurdo. Uma questão ‘interna corporis’. Não tem nada a ver com Justiça. O cidadão deputado deixou a Mesa [Diretora], foi para outro partido, ele perde a vaga na Mesa”.
Na segunda-feira (9), o Ramos comentou o caso.
“Eu tive 396 votos de 451 votantes na eleição para a vice-presidência da Câmara dos Deputados. Eu tenho uma liminar deferida pelo ministro Alexandre de Moraes que impede o PL de tomar qualquer providência relativa a restrições ao exercício do mandato que foi conferida a mim pelo povo do Amazonas e na mesa pela esmagadora maioria dos deputados e deputadas”, disse Ramos.
Marcelo Ramos apresentou no dia 29 de abril ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação na qual pedia que PL se abstivesse de influenciá-lo ou coagi-lo, diretamente e, no exercício de sua função. O ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente da Corte, concedeu uma liminar para o deputado continuar no cargo.
“Mas sinceramente, eu não acho que isso deva ser objeto das minhas energias nesse momento. O presidente, o próprio PL estão muito dispostos a gastar energia com o cargo de vice-presidente da Câmara”, continua.
Marcelo Ramos afirmou que a partir de meados do ano passado, passou a ser “alvo de críticas e perseguições de toda a ordem, tudo isso a partir da informação de que o presidente Bolsonaro poderia passar a compor o Partido Liberal”.
Ramos trocou o PL pelo PSD depois de Bolsonaro entrar no partido comandado por Valdemar.