MANAUS – O senador Plínio Valério (PSDB) encaminhou um ofício ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, solicitando que examine a possibilidade de aplicação dos recursos do Fundo Amazônia nas ações de combate à pandemia da Covid-19 na região.
O fundo hoje, segundo Plínio, tem em caixa R$ 687.310.502,37, de doações da Noruega, Alemanha e Petrobras. As doações cessaram no fim do ano passado após divergência do governo Bolsonaro com os países doadores sobre a forma de aplicação do fundo e a política ambiental do governo.
“Eu entendo que esse dinheiro, ele vem, sim… os países dão para que seja usado pra a proteção do bioma, da floresta. E o homem? E o índio? E os povos da floresta não pertencem a esse bioma?”, questionou, em vídeo nas redes sociais, nesta terça-feira (28).
“Portanto, eu acho justo usar esse dinheiro do Fundo Amazônia para ajudar os estados da Amazônia a combater o coronavírus. Eu estou pedindo isso no primeiro minuto, no segundo tempo é cobrar depois, exigir. Esse dinheiro não pode ficar retido. Esse dinheiro veio para ajudar a Amazônia. Vamos ver agora se realmente a Noruega e a Alemanha vão concordar, se vão ajudar a Amazônia ou se só querem fazer ficela”, disse.
No ofício encaminhado ao BNDES, Plínio citou o caos vivido por Manaus e relatado pelo prefeito Arthur Neto (PSDB) em carta enviada a líderes internacionais dos países que compõem o G20.
“A Amazônia vive um caos sanitário provocado pelo novo coronavírus: falta pessoal médico, alguns hospitais armazenam corpos em caminhões frigoríficos, e os cemitérios começam a abrir valas comuns para atender a uma demanda crescente”, afirma.
“É um quadro em vida de um filme de horror e a situação não é de emergência, é de calamidade absoluta”, observa
“É nessas condições que solicito a aplicação dos recursos do Fundo Amazônia nas medidas de prevenção e combate à infecção que faz tantas vítimas em nossa região. Sabemos que os contratos originais que garantem recursos ao Fundo se vinculam ao combate ao desmatamento e a projetos de uso sustentável do bioma. Esses conceitos envolvem, claramente, a população amazônica, a grande responsável pela preservação da floresta. Lembro, a propósito, que em meu estado, o Amazonas, 93% da cobertura original está preservada. Isso se deve à população que, agora, se vê ameaçada pela Covid-19 e pela carência de infraestrutura de saúde para enfrentá-la”, argumenta.