MANAUS – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou a liberação de R$ 1,5 bilhão para financiar o plano de universalização da cobertura de esgoto em Manaus, capital do Amazonas. O recurso será destinado à Águas de Manaus, concessionária responsável pelos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto na cidade.
A informação foi divulgada por reportagem da Folha de São Paulo.
A iniciativa visa ampliar a infraestrutura de saneamento básico, um dos principais desafios da região Norte do país.
Do total anunciado, R$ 255 milhões serão provenientes do BNDES Finem, linha de crédito do banco, e R$ 1,245 bilhão virão da emissão de debêntures incentivadas, operação coordenada pelo próprio BNDES.
Meta: ampliar cobertura de esgoto até 2033
O plano prevê a construção de 2.335 km de redes coletoras de esgoto, 157 km de interceptores e a instalação ou reforma de 29 estações de tratamento de esgoto.
Além disso, serão implementadas 248 estações elevatórias, com 147 km de rede de extensão. Atualmente, a cobertura de abastecimento de água em Manaus já atingiu o patamar de universalização, com 4.155 km de redes de distribuição de água tratada e 52 poços ativos.
No entanto, a cobertura de esgoto ainda é insuficiente, atendendo menos de 30% da população, com pouco mais de 800 km de redes de coleta.
A meta do projeto é ampliar a cobertura de esgoto até 2033, garantindo que mais moradores tenham acesso a serviços adequados de saneamento.
Desigualdades regionais no saneamento básico
Dados do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2023, mostram que a região Norte tem a menor proporção de moradores com soluções adequadas de esgotamento sanitário do país. Apenas 46,4% da população local conta com rede de esgoto ou fossa séptica, bem abaixo da média nacional de 75,7%. Em contraste, a região Sudeste registra o maior percentual, com 90,7% de cobertura.
Impacto social e econômico
A universalização do saneamento em Manaus é vista como um passo fundamental para reduzir problemas de saúde pública, como doenças relacionadas à falta de tratamento de esgoto.