MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), confirmou na noite desta terça-feira, 26, que planeja extinguir secretarias municipais.
“Eu vou agir cautelosamente, certas secretarias minhas não vão funcionar, certas secretarias minhas serão extintas. Algumas secretarias minhas vão funcionar em regime de home office, por teleconferência e estarão nas ruas aquelas secretarias que são realmente essenciais, da linha de frente do combate ao coronavírus”, disse Arthur.
A declaração do prefeito foi dada em vídeo publicado em sua conta no Twitter, ao criticar a reabertura gradual do comércio na capital do Amazonas, prevista para ocorrer no dia 1° de junho, conforme planejamento do governo estadual.
“Vou ser cauteloso, por mais que não seja o mais simpático. O mais simpático é mandar para a rua, o menos simpático é ser sincero, como eu costumo ser. A sinceridade evita o desastre, enquanto a euforia pode levar ao desastre.
Cortes em orçamento
Reportagem do ESTADO POLÍTICO publicada no dia 15 deste mês mostrou que em reuniões com secretários, o prefeito deu ordem para que seus secretários reduzam orçamentos e folhas das secretarias.
De acordo com pessoas que participaram das reuniões, o corte no orçamento das secretarias pode ir de 30% a 35%. E nenhuma pasta será poupada. As demissões são aguardadas para o mês de junho.
No dia 12 de março, um dia antes da confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Amazonas, a Prefeitura de Manaus divulgou um texto à imprensa informando que o prefeito se preparava para os efeitos negativos da pandemia nas finanças do município.
No texto, a prefeitura já acenava com a necessidade de corte de gastos.
“[…] o prefeito de Manaus determinou que sua equipe econômica elabore um novo planejamento de corte de gastos, o qual chamou de um pesado contingenciamento. Ele fez questão de enfatizar que os cortes nada têm a ver com o pacote de obras da prefeitura e que se trata de um combate à possível ameaça de queda na arrecadação”, dizia trecho do texto da Secretaria de Comunicação do Município (Semcom).
“Nós estamos nos precavendo e fazendo a projeção de um grande contingenciamento de receitas no orçamento, que não afetará em nada nossas obras. Essas continuarão de vento em popa, pois o dinheiro está todo preservado e à disposição efetiva da prefeitura. Mas vamos fazer um plano de corte de gastos, mantendo somente o essencial e preservando integralmente as possibilidades da Secretaria de Saúde. Queremos manter uma relação de receita corrente líquida pessoal, que esteja respeitavelmente dentro do que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse Arthur, segundo a Semcom, no dia 12 de março.
Na ocasião, o prefeito teria dado prazo de uma semana para a equipe econômica do município apresentar um planejamento econômico.