MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) afirmou nesta terça-feira, 14, que o Estado deve “evitar a figura dos salvadores da Pátria”. A declaração foi dada ao ser questionado sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de reduzir a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do setor de concentrado de refrigerantes da ZFM (Zona Franca de Manaus).
A medida prejudica as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), como Coca-Cola e Ambev. Se mantida a decisão do Governo Bolsonaro, o setor instalado no Amazonas estará inviabilizado.
“Acho que todo mundo deve trabalhar unido. O governador, o prefeito, a bancada. Devemos evitar a figura dos salvadores da pátria, sabe aquele que vai para uma entrevista com não sei quem e consegue uma promessa e sai na mídia. Acaba com esse negócio de salvador da pátria. Tem que ser um trabalho de todo mundo que possa ajudar”, disse Arthur, nesta terça, em evento de inauguração da nova sede da Ageman (Agência Reguladora dos Serviços Públicos).
Arthur não citou nomes daqueles que, para ele, estariam se apresentando como “salvadores da Pátria”. Mas a declaração do prefeito ocorre um dia após o líder da bancada federal do Amazonas, senador Omar Aziz (PSD), ter divulgado vídeo onde informa ter tido uma conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o tema.
O prefeito disse enxergar aspectos positivas nas ações de Paulo Guedes, mas observou que a decisão de reduzir a alíquota do IPI foi “equivocada”.
“É um erro crasso que cometem, primeiro que essas fábricas (se saírem da ZFM) não ficam no Brasil e segundo que estão desprezando 10 mil empregos no interior e terceiro que estão criando um quadro de instabilidade justamente em um lugar que é o mais importante de todos. (Paulo Guedes) erra redondamente. Ele precisaria ter um olhar mais sensível e mais atento para a região amazônica”, declarou Arthur.