MANAUS – Em matéria produzida pela Prefeitura de Manaus, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) disse lamentar que os rodoviários, no fim das contas, acabaram aceitando um uma proposta de reajuste menor do que a que ele tinha oferecido à categoria para acabar com a greve.
“É sempre bom ter paz e Manaus merece paz. Eu só lamento a cidade ter passado por tanto transtorno e os rodoviários, hoje, terem aceitado um acordo menos favorável a eles em relação ao que negociamos na semana passada em meu gabinete”, provocou o prefeito.
Em negociação mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-AM) nesta segunda-feira (4), os sindicatos dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM) e das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) chegaram a um acordo, cessando a greve de ônibus que já durava sete dias.
O Sinetram não concordou com a anistia para as faltas durante as paralisações e agora os trabalhadores rodoviários terão que compensar os dias em que ficaram parados. Os rodoviários também concordaram em receber, com atraso, o salário do mês de maio, que será pago até o dia 13 de junho.
“O pessoal que não trabalhou vai ter que trabalhar para compensar esses dias, sem nenhum tipo de anistia. O reajuste foi de 5,5% e será pago a partir de agosto deste ano. Há um prejuízo de, aproximadamente, R$ 5 milhões com a greve em si, além dos 60 carros depredados”, disse o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges Morais.
Dentre outras questões acordadas pelos sindicatos estão o reajuste salarial de 3,5%, de maio de 2017 a abril de 2018, além de 1,69%, de maio de 2018 a abril de 2019, assegurando um ganho integral de 5,5% aos trabalhadores, a ser pago até o quinto dia útil de agosto deste ano. Em negociação na Prefeitura de Manaus, no dia 30 de maio, o Sinetram havia concordado com o percentual de 6,5%.
“Haviam dois pontos controversos, mas o Sinetram vai pagar os feriados a 100% e duas folgas de compensação. Sempre deixei claro, ninguém está nesse movimento por dinheiro e não estou arrependido do que fiz, se tiver que fazer de novo irei fazer, mas nesse momento a greve está encerrada”, reafirmou o presidente do Sindicado dos Rodoviários, Givancir Oliveira.
As multas aplicadas a ambos os sindicatos pelos dias de efetiva paralização serão tratadas pela justiça comum e do trabalho, conforme competência. No último dia 29, além de majorar a multa prevista de R$ 30 mil, por hora, para R$ 200 mil, por hora de paralisação ao Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM), a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), desembargadora Eleonora Saunier Gonçalves, também aplicou multa de R$ 90 mil pelo descumprimento inicial da decisão liminar proferida, determinando, ainda, a execução provisória, com bloqueio da quantia nas contas do sindicato.