O ex-governador de São Paulo João Doria anunciou nesta quarta (19) a desfiliação do PSDB após 22 anos.
“Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida. Orgulhoso pela contribuição que pude dar a São Paulo e ao Brasil, graças à generosidade e à confiança de todos aqueles que optaram pelo meu nome em três prévias e duas eleições”, escreveu o empresário em nota.
A saída ocorre após uma tentativa frustrada de concorrer à Presidência pelo partido neste ano. Em 2021, Doria venceu Eduardo Leite, hoje candidato ao Governo do Rio Grande do Sul, em prévias tumultuadas.
A candidatura não emplacou: em março, o ex-tucano tinha 2% das intenções de voto em pesquisa do Datafolha. Pressões da cúpula da legenda provocaram seu anúncio de desistência, em maio, da corrida pelo Palácio do Planalto. Assim, pela primeira vez em sua história, o PSDB não foi cabeça de chapa em um pleito presidencial —lançou a senadora Mara Gabrilli como candidata a vice de Simone Tebet (MDB).
Eleições 2022
Eleito no primeiro turno à Prefeitura de São Paulo contra Fernando Haddad (PT) em 2016, Doria passou 15 meses no cargo e renunciou mil dias antes do final do mandato para disputar as eleições ao governo do estado. Na época, o agora ex-tucano era a aposta de Geraldo Alckmin, que também deixou o PSDB e hoje é cabo eleitoral de Haddad para o governo de SP e candidato a vice na chapa de Lula (PT).
O empresário começou a corrida à prefeitura como um desconhecido de grande parte da população e venceu após se apresentar como um gestor e surfar no antipetismo e na rejeição à política tradicional.
Em 2018, Doria conseguiu uma nova vitória, ao derrotar Márcio França (PSB) e se eleger em segundo turno para o Governo de São Paulo. Naquela vez, emplacou a narrativa do BolsoDoria, em que apoiava Jair Bolsonaro na disputa presidencial. A união durou pouco e hoje os dois são desafetos políticos.