MANAUS – Ao aprovar um requerimento nesta segunda-feira (20) pedindo intervenção “técnica” do Governo Federal no sistema de saúde do Amazonas no combate à pandemia do novo coronavírus, a ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado) dá demonstração de muita fé.
Para que o pedido de socorro dos deputados amazonenses seja ouvido, primeiro, terá de ocorrer uma grande intervenção divina, convertendo o presidente da República em um líder.
Depois, convertido em líder, esse presidente precisa acreditar que o vírus não é uma simples “gripezinha”. Até aqui, o que se coleciona entre as manifestações de Bolsonaro não passa de negação a essa realidade que assusta os deputados do Amazonas, à gravidade da pandemia que quebra sistemas de saúde de potências mundias como EUA.
Sempre que pode, Bolsonaro não só se recusa à admitir a gravidade do problema, que seria o primeiro e determinante passo para que ações concretas sejam adotadas, como incentiva a população, em discursos e práticas, a agir de forma diferente das orientações de seus técnicos do Ministério da Saúde.
A mais recente demonstração de que a pandemia que castiga todos os estados do Brasil não está entre as prioridades do presidente neste momento foi dada no domingo (19).
No dia em que o país contabilizava 38.654 infectados e 2.462 mortos pela doença, Bolsonaro promovia e participava de atos em que se pedia a volta da ditadura e o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Oremos, deputados!
Gostei da opinião política.