MANAUS – O vereador Sassá da Construção Civil (PT) subiu à tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira (23) para defender o prefeito David Almeida (Avante) no caso de suspeitas de irregularidades no sorteio de apartamentos do residencial Manauara.
Sassá reclamou que haja holofotes sobre os casos, que muitos só querem “falar mal” e em meio a isso se prestou a elogiar o chefe do Executivo, fazendo uma defesa apaixonada do prefeito.
O vereador não tocou nos pontos centrais da denúncia e, entre outras coisas, disse que “não é fiscal do povo” (uma das funções do Legislativo no sistema político brasileiro é justamente fiscalizar o Executivo).
“Eu não vou aqui defender o prefeito, eu vou elogiar o prefeito. O prefeito de Manaus, da igreja, jamais vai aceitar isso, alguma coisa errada”, disse o petista. “Na família, o pai e a mãe vão saber das coisas por último”, emendou.
Para contemporizar com a denúncia que recai sob a atual gestão, o vereador disse, sem provas, que a prática acontece “desde 2004” e que nesse período vereadores, deputados e até membros do Judiciário foram beneficiados indevidamente com moradias populares.
O parlamentar também reclamou de ter sido exposto na internet por não ter se posicionado sobre o caso. Disse que um “blog fuleiro” publicou fotos de vereadores que “comeram abiu”. “Isso é covardia”, disse.
Assista:
Entenda
Na última quinta-feira (18), a revista Cenarium publicou em seu site a reportagem “Parentes do prefeito de Manaus são ‘contemplados’ em sorteio de casas da Caixa Econômica”. Segundo a apuração, duas tias e uma prima da filha do prefeito David Almeida, Fernanda Aryel, ganharam o sorteio dos apartamentos do residencial, obra com financiamento do governo federal, por meio da Caixa Econômica, e de responsabilidade da prefeitura. Além da coincidência, a reportagem mostra que as três sorteadas trabalhavam em cargos comissionados na prefeitura, com salário acima da faixa admitida para serem contempladas.
Em nota à revista, a Caixa esclareceu que o cadastro, indicação e seleção dos beneficiários é atribuição do Ente Público, neste caso a prefeitura, que deve observar os critérios estabelecidos pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), hoje Programa Casa Verde Amarela.
Por envolver a Caixa Econômica, o MPF Instaurou um inquérito sobre o caso, que foi noticiado pelo Jornal Nacional na sexta-feira (20). Na sequência, a prefeitura exonerou as servidoras envolvidas.
O empreendimento residencial Manauara faz parte do programa federal “Casa Verde e Amarela” (antigo Minha Casa Minha Vida). Os imóveis em questão são voltados para famílias em vulnerabilidade social, com renda bruta de até R$ 2 mil.
No dia 18, a Prefeitura de Manaus entregou o Módulo B do residencial, que corresponde a 500 apartamentos. Participaram da entrega o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), David Almeida, e o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).
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