MANAUS – O presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, foi afastado do cargo na noite desta sexta-feira, 23, após decisão do Conselho de Ética da associação folclórica. No lugar de Andrade, assume Adson Silveira, que é diretor administrativo do Garantido.
O procedimento de destituição foi formulado por Ana Lúcia Brasil de Holanda, membro do Boi Garantido.
“(…) decidem os membros titulares do Conselho de Ética da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido, em sessão realizada nesta data, por unanimidade, acolher a representação formulada por Ana Lúcia Brasil de Holanda em face do presidente Antônio Andrade Barbosa e da vice-presidente Idamar da Silva e Silva, por satisfazer os pressupostos estabelecidos no art. 61 do Estatuto e, por consequência, afastar os representados de seus cargos nos termos do art. 62 do Estatuto, ante as comprovações de infração aos arts 36, VI, e 37, I do Estatuto”, diz trecho da representação.
Assinam o documentos os seguintes membros do Conselho de Ética: Adria Katrina Carneiro Brandão, Jeferson de Souza Matos e Gerson de Oliveira Rodrigues.
O afastamento de Andrade ocorre cinco dias após o presidente do boi-bumbá ter ameaçado tirar o Garantido do Festival de Parintins por falta de dinheiro.
Em ofício enviado ao secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo Muniz, o presidente da Associação Folclórica e Cultural Boi-Bumbá Garantido, Antônio Andrade, afirmou, no dia 19 deste mês, que as condições financeiras da agremiação não inviabilizam a participação do boi na apresentação dos bumbás deste ano, que será realizada no último fim de semana deste mês de junho.
No ofício, Antônio Andrade indica que a apresentação do Garantido só deve ocorrer se houver uma ajuda financeira por parte do Governo do Amazonas.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), reagiu e afirmou que ninguém coloca “faca” ou “ameaça” o governo estadual.
“Então, o festival vai acontecer e o festival vai ser realizado. O Garantido tem o compromisso de colocar o boi na arena. Se vai ser com o atual presidente, com o próximo presidente ou interventor ou quem quer que seja, o festival vai acontecer como manda a tradição e o governo do estado vai fazer com que isso seja cumprido”, disse o governador na ocasião.
“Não tem desculpa para não realizar o festival este ano. Não tem essa história de dizer: ‘ah, não deu pra fazer’. E não tem essa conversa de querer ameaçar o governo, de querer colocar a faca no pescoço do governo. Esquece, que isso não vai acontecer. O governo já fez a parte dele. Nós trabalhamos de forma antecipada. Antecipamos recursos para o Garantido”, completou Lima.
Em 2023, o 56º Festival Folclórico de Parintins acontecerá nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho.
O festival é patrocinado em boa parte com recursos públicos. Somente dos cofres estaduais sairão, diretamente, R$ 10 milhões (R$ 5 milhões para cada boi).