MANAUS – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (29) que o valor da tarifa da bandeira vermelha 2 será reajustado em 52%, passando de R$ 6,243 para R$ 9,49 pelo consumo de 100 kw/hora, de julho a dezembro deste ano.
A decisão do colegiado da agência contrariou a recomendação da área técnica, que indicou o valor de R$ 11,50 por kW/hora, única forma de garantir equilíbrio entre receitas e o custo de geração da energia, que explodiu devido ao acionamento das termelétricas, que são mais caras, em função da crise hídrica causada pela pior estiagem dos últimos 91 anos.
Com a decisão, a agência optou por parcelar o reajuste, repassando cerca de R$ 3 bilhões para as tarifas no próximo ano.
A crise hídrica tem acendido o sinal de alerta de apagão. O governo federal, oficialmente, descarta essa possibilidade, mas apela à população que economize no consumo da energia.
“Em junho, as afluências nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) estiveram entre as mais críticas do histórico. Julho inicia-se com mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos. Essa conjuntura pressiona os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto de prazo (PLD), levando à necessidade de acionamento do patamar 2 da bandeira vermelha. O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada”, ressaltou a Aneel em nota.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel com o objetivo de sinalizar o custo real da energia gerada. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.