Da Redação |
O vereador de oposição, Amom Mandel (Cidadania), postou um vídeo nas redes sociais criticando uma decisão do seu avô e presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Domingos Chalub.
Na tarde desta segunda-feira (27), Chalub atendeu a um pedido da Prefeitura de Manaus e suspendeu decisão do 1º Grau que impedia o Sinetram (Sindicato das Empresas de Ônibus) de substituir o programa e os aparelhos utilizados no sistema de bilhetagem eletrônica no transporte público.
“Eu não concordo com o que está acontecendo, e não concordo mais ainda com a decisão do meu próprio avô [Domingos Chalub], que caiu na ladainha do prefeito de Manaus [David Almeida] e da Procuradoria Geral do Município. Acho que essa decisão foi equivocada, foi induzido ao erro”, criticou Amom.
O parlamentar cobrou consciência de classe do avô.
“Certo ou não do ponto de vista jurídico, é preciso ter uma consciência de classe. Consciência para com a população da cidade de Manaus, para não submeter as pessoas a esse tipo de humilhação”.
Abaixo, trecho do vídeo:
O Sinetram trava com a empresa Meson Amazônia Indústria e Comércio de Produtos Eletrônicos uma briga na Justiça pelo controle do sistema de bilhetagem eletrônica.
A empresa é contratada pelo Sinetram para operar o sistema. No entanto, as duas partes se desentenderam durante a execução do contrato, o que levou o caso para a Justiça.
Nesse intervalo, o Sinetram iniciou, por conta própria, a substituição de aparelhos da Meson por outros. E também impediu que a empresa acesse o sistema.
A mudança vem causando uma série de dificuldades aos usuários do transporte público na hora de comprar novos bilhetes ou validar os que já haviam sido adquiridos pelo sistema anterior.
Desde a semana passada são registradas longas filas de usuários do sistema, na sede do Sinetram, tentando resolver problemas provocados pela mudança do sistema.
Ao recorrer à Justiça, a Meson conseguiu uma liminar parcial que impede o Sinetram de seguir com a troca dos aparelhos. E também que devolva à empresa o controle do sistema.
No pedido da prefeitura, apresentado nesta segunda-feira (27), o procurador geral do município, Ivson Coêlho, afirma que Manaus vive um ‘caos no transporte público’, que só foi agravado com a decisão.
“Sem contar que, por conta do caos no transporte público, o município poderá ser penalizado com diversas ações de indexações, o que certamente caracteriza o interesse econômico”, diz um trecho da petição da Procuradoria Geral do Município (PGM).
Ao recorrer à Justiça, a Meson conseguiu uma liminar parcial que impede o Sinetram de seguir com a troca dos aparelhos. E também que devolva à empresa o controle do sistema.
Prefeitura tem lado
No pedido feito à Justiça nesta segunda, o procurador do município dizia que não quer ficar do lado do Sinetram. Mas ressalta que a decisão à favor da Meson tem impacto gravoso para a população.
“O município de Manaus não objetiva ser assistente das partes para defender o interesse de algumas das partes. Em verdade, o lado do município de Manaus é o do povo Manauara que, diariamente, está sendo prejudicado por essa desavença jurídica. Portanto, a intenção do município não será defender ou acusar quem quer que seja por meio da presente ação, mas tão somente alcançar o fim que atenda a todos, sobretudo a população, de maneira mais efetiva”, diz trecho do pedido de Ivson.