MANAUS – Em reunião na sede do PDT na noite desta segunda-feira (4), o presidente estadual do partido, deputado federal Hissa Abrahão, afirmou a seus liderados, em tom de desabafo, que o governador Amazonino Mendes (PDT) não dá à sigla as condições condizentes com as de uma legenda que está no poder.
Segundo o deputado federal, a consequência imediata dessa falta de prestígio foi a perda de militantes para outros partidos, e o resultado se reflete hoje no acanhado número de pré-candidatos do PDT para as eleições de outubro.
“Estou pacientemente, desde novembro, falando disso e daquilo. Não resolve. Minha gente, esse partido não vai parar. A história do PDT continua. Quando pegamos o partido, era bem menor do que é hoje. Hoje, que somos governo, era para está maior? Claro que era para está maior. Vocês acham que eu me sinto bem pegando uma nominata somente com 17 pré-candidatos? Não é algo que me agrada. Eu não tenho as condições instrumentais de quem é um partido governista”, afirmou Hissa.
De acordo com o deputado federal, desde o início do mandato de Amazonino, em outubro de 2017, o PDT perde nomes com potencial de voto para siglas como o PHS, do vereador Wilker Barreto, o PSDB, do prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, e do PSB, do presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM) David Almeida.
“E as pessoas foram começando a perceber que, ué, o PDT, que é o partido do governador, deixa de fora muitos dos cabeças da sua militância, como é que eu posso entrar no PDT e achar que vou ter alguma coisa? Porque não houve organicamente nada que pudesse arregimentar esses pré-candidatos do PDT, e muitos dos militantes que se doaram na campanha de 2017 saíram”, reclamou Hissa.
O deputado federal disse que estava tendo aquela conversa por respeito aos membros da executiva do partido, e porque não vai “mais ficar calado”. “Estou falando isso porque não vou mais ficar calado. E estou fazendo isso por respeito a muitos que eu tenho aqui. Eu vou tocar minha campanha de deputado federal contanto com o esforço da militância e com o esforço próprio. E se alguém do governo quiser jogar na minha cara que me deu isso, me deu aquilo, pode tirar o que acha que me deu”, disparou Hissa.
A pauta principal da reunião era os preparativos para a vinda a Manaus, no próximo dia 29, do pré-candidato à Presidência da República do PDT, Ciro Gomes. Mas o tema só foi tratado depois que o deputado estadual Adjuto Afonso e o filho dele, secretário estadual Diego Afonso (Habitação), chegaram ao local./L.P.