MANAUS – Pré-candidato a prefeito de Manaus, o ex-governador Amazonino Mendes (Podemos) segue ancorado às eleições para o governo de 2018, perdidas para Wilson Lima (PSC). Apontado em pesquisas como um dos favoritos à sucessão de Arthur Neto (PSDB), o ex-governador adota na partida para o pleito deste ano o discurso do “eu avisei” contra o governador do Estado, ignorando o prefeito e os problemas da capital do Amazonas.
Com saúde frágil, as aparições em público de Amazonino têm sido cada vez mais raras. Inclusive até quando tinha mandato (entre 2017 e 2018). Mas desde que pesquisas de intenção de voto começaram a colocá-lo como o mais citado pelos eleitores da capital entre os possíveis candidatos nas eleições de 2020, o político de 80 anos tem intensificado a presença nas redes sociais. O meio é moderno e cada vez mais utilizado por pré-candidatos. A forma que é inusitada: manter-se vivo na memória do eleitor com o mantra de que 1 milhão de eleitores estavam errados quando o tiraram da cadeira de governador, em 2018.
Seja por mérito da estratégia ou em razão da conjuntura política desfavorável a Wilson, Amazonino segue liderando as pesquisas para o lugar de Arthur. O que fica posto é o seguinte questionamento: o ex-governador vai conseguir vencer as eleições para a prefeitura da capital do Estado discursando contra um adversário que não está no pleito?
Em menos de um mês, o político do Podemos gravou dois discursos voltados ao governador. Ambos postados em suas redes sociais. O time para o posicionamento é sempre a agenda política da gestão de Wilson, nunca a de Manaus ou dos pré-candidatos que irão rivalizar a disputa de 2020. A aparição mais recente de Amazonino no palanque eletrônico da Internet foi no sábado (18).
Wilson como adversário
Sem citar nomes no vídeo, Amazonino usou adjetivos como inexperiente, irresponsável, inescrupuloso e criminoso para falar sobre o atual governo.
Derrotado por Wilson em 2018 no exercício de mandato tampão, Amazonino disse que deixou as contas do Estado equilibradas. “Disseram que deixamos um rombo, não deixamos nada”, disse.
“Quem nunca administrou nada não pode [governar], é uma arrogância, é um desrespeito, se propor pra te administrar, te governar, teu futuro, tua vida, teus filhos, seus irmão, teus pais, teus avós, não pode”, prossegue Amazonino.
“Não é só irresponsabilidade, também isso é criminoso, haja vista literalmente quantas pessoas morreram nessa pandemia, em razão da incompetência, e da incúria, da incapacidade ou como eu dizia na campanha simplesmente por pauta, muitos riam, sobretudo os jovens”, completou o ataque.
O ex-governador falou ainda sobre o processo eleitoral de 2018: “Mas, é esse o processo democrático, ele é o professor, ele nos ensina, a gente aprende”.
Legislativo versus Executivo
Duas comissões no Legislativo têm hoje provocado desgaste no governo Wilson Lima: a CPI da Saúde e a Comissão Especial Impeachment. Entre os maiores entusiastas das comissões estão membros da oposição – liderada inicialmente por correligionários de Amazonino (Wilker Barreto e Dermilson Chagas) e agora também pelo presidente da ALE-AM, Josué Neto, do PRTB.
Sem citar esse contexto, Amazonino também teceu críticas ao Legislativo pela relação que o poder teve com a gestão tampão dele entre 2017 e 2018. No entanto, o ex-governador culpa deputados por “molecagens” contra ele. Diz que foi perseguido.
À época, a ALE-AM era presidida por David Almeida (Avante), que também foi governador e antecedeu Amazonino no governo, onde ficou por apenas quatro meses como interino. Hoje, Almeida é pré-candidato a prefeito da capital e só perde para Amazonino nas pesquisas de intenção de voto divulgadas até agora.
“Vocês me deram um ano e seis meses de governo e eu me propus e me coloquei publicamente para todos dizendo que ia arrumar a casa”, disse Amazonino, sobre o mandato tampão.
“Lutei contra muita coisa, dissensões (divergências) internas, uma Assembleia que me fazia uma oposição terrível”, emendou.
“Quer saber a verdade? Porque eu fui para o governo com essa experiência e afastando todo tipo de molecagem, não queria conversa com moleque”, afirmou.
“Resultado, a Assembleia nos perseguiu, fez coisas absurdas, perdemos 200 milhões de reais para a Petrobras por causa disso, mas mesmo assim nós correspondemos”, disse ele, ao fazer um balanço positivo do mandato tampão.
Balanço
O ex-governador diz que conseguiu vencer um “dragão” durante o período em que foi governador tampão.
“Eu bato no peito e graças à somatória de tanto tempo de trabalho, de experiência, de luta, a gente conseguiu vencer o dragão”, disse.
“O Amazonas ficou superavitário, quem não se lembra? De repente era obra em todo Estado, mas não apenas em todos os municípios de interior, que não viam obras há mais de 20 anos, na capital nós fizemos mais de 200 quilômetros de asfalto”, declarou.
“O resto vocês sabem”, alfinetou. “Quando saímos do governo, nós deixamos os Estado superavitário e entupiram vocês de mentiras, facilmente comprováveis porque tá tudo registrado”, disse.
Saúde
Amazonino reforçou que está bem de saúde e que ainda “dá um caldo“.
Amazonino sempre foi muito bom em marketing, desfruta de uma equipe competente para tal.
A política desgastada e ultrapassada tentando voltar da forma mais sórdidas.
Anos desde governo e agora nesta novs gestão o caos veio a tona ainda mais. E tudo é culpa da atual gestão?!
Não sejamos ingênuos… Amazonino não é senhor de exemplo de boa gestão.
AmazoNino sempre foi muito bom em marketing. Tem uma equipe muito competente para esse tipo de serviço.
” A velha Raposa” Amazonino Mendes sempre foi muito bom em marketing. Tem uma equipe muito competente para esse tipo de serviço. kkkkk