MANAUS – Entre janeiro e abril deste ano, o Amazonas perdeu 9.010 empregos formais. Em abril, no pior momento da pandemia de Covid-19 na capital até agora, o saldo negativo de empregos com carteira assinada chegou a 8.583.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia.
No mês passado, foram 14.292 desligamentos e 5.709 admissões no mercado de trabalho amazonense, variação negativa de 2,07%. No acumulado do ano até abril, foram 54.879 demissões e 45.869 contratações, uma queda de 2,18%.
Em todo o Brasil foram 860.503 postos de trabalho formais fechados em abril deste ano. O setor de serviços foi o mais afetado com saldo de -362.378 empregos, seguido do comércio (-230.209), indústria (-195.968) e construção (-66.942).
O saldo total de 860.503 é o resultado da diferença entre 598.596 admissões e 1.459.099 demissões ao longo do último mês. O índice de abril foi o pior da série histórica iniciada em 1992.
Para efeito de comparação, em abril de 2019, o Caged registrou saldo positivo de 129.601 postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões.
Neste mesmo mês nos anos de 2015 e 2016, no ápice da crise política e econômica do governo Dilma, o saldo negativo não superou os 100 mil.
No início deste ano, antes da declaração da pandemia, os números já indicavam trajetória de queda do emprego, ainda que em menor velocidade (em 2019 o saldo foi positivo: 644 mil vagas foram criadas). O governo decidiu suspender a divulgação dos dados. Agora, voltou atrás.
Menos contratações
Mais que demissões, o Ministério da Economia avalia que os dados mostram que a queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais.
Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que contratações) de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298 demissões (descontadas as contratações); Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande do Sul, 74.686.
Impacto da pandemia
À Agência Brasil, o secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse que o resultado reflete os efeitos da pandemia da Covid-19 na economia brasileira.
“É um número duro, que reflete a realidade de pandemia que vivemos, mas que traz algo positivo. Demostra que o Brasil está conseguindo preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos motivos de pandemia, não estamos conseguindo manter a contratação que mantínhamos outrora”, disse, acrecentando que na comparação com outros países, o Brasil está em situação melhor.
“Os Estados Unidos estão com mais de 35 milhões de pedidos de seguro desemprego e o Brasil está chegando ao número de 860.500 desempregados. Isso demostra a efetividade das medidas conduzidas pelo governo”.
Em março, mês de início das medidas de isolamento social devido à pandemia da Covid-19, o saldo de emprego formal ficou negativo de 207.401. Foram 1.316.655 admissões e 1.524.056 desligamentos.
De janeiro a abril de 2020 foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, com resultado negativo de 763.232. As admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no período, comparado ao primeiro quadrimestre de 2019.