MANAUS – O período de seca na Amazônia também representa um aumento no número de casos de focos de queimadas, que por sua vez libera uma grande concentração de poluentes atmosféricos. O Governo do Amazonas tem ampliado o monitoramento de qualidade do ar com instalações de sensores para ajudar a controlar e combater os incêndios. Desde junho, os equipamentos estão sendo entregues para os municípios com o intuito de antecipar os planos de ações emergências.
Até o momento, 48 cidades já estão com os sensores instalados. A ação é resultado de uma parceria entre a Defesa Civil, Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Educação e Desporto do Amazonas (Seduc) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
A aquisição do sensor de monitoramento aconteceu no âmbito da Rede de Proteção e Conservação da Biodiversidade por meio de Tecnologias (Redt/AM), criada a partir de um termo de cooperação firmado entre o Governo do Amazonas e a Embaixada da Coreia do Sul. Com apoio das empresas sul-coreanas Samsung e LG, o órgão diplomático investiu US$ 500 mil, aproximadamente R$ 2,5 milhões.
Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a parceria da Sema, por meio da Redt/AM, com a Embaixada da Coreia do Sul, permitiu a criação de um aplicativo capaz de beneficiar todo o Amazonas em períodos críticos como da estiagem.
“Atualmente esse trabalho é feito em alguns municípios. A proposta é que, com esses equipamentos, a gente consiga ampliar o monitoramento da qualidade do ar para todos os municípios do Amazonas, criando uma rede robusta de dados, que também vai nos permitir orientar melhor a população em cada caso”, ressaltou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Instalação dos sensores
Para a instalação dos sensores de monitoramento de qualidade do ar, um termo de cooperação técnica foi assinado entre a Sema e a Defesa Civil do Amazonas, sendo esta última a responsável pela instalação do aparelho nos municípios.
De acordo com o chefe do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), tenente Charlis Barroso, o sensor de monitoramento é instalado nas escolas estaduais de cada município, em uma parceria com a Seduc, ou em locais onde há acesso à internet e energia elétrica. Até o momento, 48 municípios do Amazonas já têm os sensores instalados.
“O equipamento, a partir do momento que é instalado e configurado, começa a transmitir as informações para uma plataforma, que é o aplicativo Selva, da UEA. Nele, acompanhamos a evolução da concentração das partículas do material e, a partir disso, identificamos se tem uma grande concentração. O alerta é emitido pela Defesa Civil do Estado para a Defesa Civil dos municípios para que consigam colocar em prática seus planos de contingência”, disse o chefe do CEMOA, Tenente Charlis Barroso.
Monitoramento
O monitoramento consiste na observação da concentração de material particulado (PM2,5) em suspensão no Ar, através de dois canais de lasers (A e B). As informações são utilizadas para calcular o Índice de Qualidade do Ar, com a coleta de dados a cada 80 segundos, resultando em aproximadamente 1080 registros por dia. Os dados estão acessíveis em tempo real através da Internet. Além disso, é possível fazer o download dos dados para diferentes localidades em todo o mundo.
A proposta é que o Amazonas instale sensores em todos os 62 municípios, realizando o monitoramento da poluição atmosférica em 100% do território amazonense.