MANAUS – O advogado do médico e empresário Mouhamad Moustafa, Ravik de Barros Bello Ribeiro, é alvo da operação Habeas Pater, da Polícia Federal, nesta terça-feira, 14. A operação combate crimes de corrupção ativa e passiva e faz buscas na Asa Norte, área nobre de Brasília (DF), no escritório do advogado.
Ele é filho do desembargador Cândido Ribeiro, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que também é alvo da operação. Segundo a PF, pai e filho são suspeitos de vender decisões judiciais a traficantes internacionais de drogas.
Ao todo, são cumpridos dez mandados de prisão: cinco de prisão temporária e cinco, preventiva.
Estão sendo cumpridos outros 35 mandados de busca e apreensão. As diligências são cumpridas em Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Maranhão, estado natal do desembargador. As medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por casos envolvendo desembargadores.
“De acordo com o que já foi apurado nos procedimentos em curso, apenas em criptomoedas, as empresas envolvidas no esquema teriam movimentado valores que superam os R$ 60 milhões”, disse a Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a investigação. Segundo a PF, ambos podem responder por crimes de corrupção passiva e ativa, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão.
A operação desta terça-feira é um desdobramento de outra, chamada Flight Level, que tem como alvo uma empresa de táxi aéreo de Belo Horizonte suspeita de atuar no envio de drogas para o exterior.
A reportagem do site ESTADO POLÍTICO tentou contato com o advogado por meio do telefone 61 981XXXX43 e por meio de aplicativo de mensagens. Caso haja retorno, a matéria será atualizada.
A Agência Brasil entrou em contato com o gabinete do desembargador que se limitou a comentar que como a operação corre em segredo de Justiça, não tem nada a declarar. Consultado por meio da assessoria de imprensa, o TRF-1 também não se manifestou. A reportagem não conseguiu contato com o advogado Ravik Bello Ribeiro, mas apurou que, até por volta das 10h30, policiais federais seguiam no endereço onde funciona seu escritório, na Asa Norte, região central de Brasília.